54 – Diário dos dias 13 a 30/11/2020
Como havia informado no post anterior,
mudamos os nossos planos e seguimos pela Mex.15 passando por fora de
Guadalajara. Não sei porque, mas cometi um erro no GPS e me enviou para uma
rodovia pedagiada. O valor foi de $187,00(cento e oitenta e sete pesos), pelo câmbio
que fiz, equivale a USD 10,00(dez dólares), muito caro. Nós sempre seguimos
pela rodovia livre, onde os lugares são considerados calmos. Fiz um retorno e quando
estava voltando, uma camioneta deixou cair uma cadeirinha de bebe da caçamba.
Tive que fazer uma manobra arriscada para não passar por cima, pois ia fazer
algum estrago no nosso “Bison”. A nossa sorte que estava muito atento na
estrada. Logo, cheguei até a cidade de Magdalena, onde tive a oportunidade de
sair da rodovia pedagiada. Parei num posto de combustível para fazer o nosso
almoço, reabastecer o “Bison” e descansar por um tempo, pois o calor estava muito
forte.
Depois de uma hora, cruzamos a cidade
de Magdalena, e continuamos pela Mex.15 passando por várias cidades pequenas.
Por isso que gostamos das rodovias sem ser as autoestradas, pois passam por
dentro das cidades e assim vamos conhecendo um pouco mais dos lugares. Estas
rodovias são um pouco mais sinuosas, e normalmente não tem acostamento, mas têm
muitas lombadas. As pistas por que passamos até aqui, considero muito boas. Na
verdade, o que temos que ter é de um pouco mais de atenção na estrada.
Passamos por Ixtlán del Rio, onde tem
um sítio histórico e museu ao céu aberto e a estrada de ferro ao lado onde
passa o trem. Muito bacana o lugar. Assim, continuamos seguindo pela mesma
Mex.15 passando por vários vulcões. Achamos interessante, pois a rodovia passa
no meio de um rio de lava da erupção do vulcão El Ceboruco. Lembramos de alguns
lugares no Chile. Bem, conversando nos distraímos e passamos a entrada da
Laguna Santa Maria que queríamos visitar antes de Tepic. Na realidade não
estava em nosso roteiro, foi apenas uma recomendação dada por uma pessoa no
camping. Chegamos quase no início da noite em Tepic, e fomos direto para o
Walmart para passar a noite.
No outro dia de manhã, seguimos pela
cidade, depois pegamos a mesma rodovia Mex.15, e uns 150 km antes de Mazatlán,
houve um grande acidente em que o veículo pegou fogo e por isso ficamos algumas
horas esperando liberar a pista. Não precisa falar no tamanho da fila, pois a pista
é simples e tinha muitos caminhões. Quando liberou, tivemos que redobrar os
cuidados, e diminuir a nossa velocidade para manter um ritmo mais lento.
Chegamos na interessante cidade de Mazatlán, já no início da noite de sábado. Novamente
fomos para o Walmart. Estou a algum tempo tentando encontrar óleo para fazer a
nossa troca, mas está um pouco difícil de encontrar na quantidade que preciso.
Como no México tem muitos veículos a gasolina, inclusive vans, nem sempre é
fácil encontrar o óleo nas especificações que a fábrica exige. Quando
encontrava não tinha a quantidade que precisava. Até que na Autozone de Mazatlán tinha o óleo
nas especificações que precisava e na quantidade também. Em outras cidades em que fui não tinha.
Hoje domingo de manhã, verifico no
aplicativo da empresa Ferry BCS para ver quando tinha saída para La Paz. Para a
nossa surpresa tinha saída prevista para as 17 horas. No aplicativo conseguia
fazer as compras, mas na hora do pagamento o aplicativo não finalizava. O jeito
foi seguir para o porto para tentar comprar.
Chegando no porto, entrei na fila, e depois de todas as checagens de peso e medidas, estacionei e fui comprar os bilhetes. Infelizmente não tinha mais cabine com cama para nós, e a solução é passar a noite nas cadeiras, poltronas, ou no restaurante e bar até fechar. Depois procurar uma poltrona e descansar. Tudo comprado, e perguntei o horário para dar a entrada do veículo no ferry. Me informaram que a partir das 13 até as 15 horas. Então, a Valquiria preparou o nosso almoço, e liguei o gerador para utilizar o ar condicionado, almoçamos muito tranquilamente e descansamos um pouco.
Lá pelas 14:30 horas, levei a
Valquiria até a fila para embarcar, pois não pode ir junto com o veículo,
somente o motorista. Voltei e me posicionei na fila. A quantidade de veículos e
caminhões é muito grande. Depois de um bom tempo, cheguei no setor onde fariam
a inspeção de narcóticos. Pediram para eu descer do “Bison”, rapidamente
entraram com o cão e já saíram em seguida. Todos muito educados. Fui
direcionado para a fila e logo me encaminharam para subir a rampa do navio. Dentro
subi mais uma rampa íngreme e fui para o andar “Cubierta C” do navio. As
manobras para estacionar só com ajuda, pois são posicionados muito perto um do
outro, e a diferença não passava de 4 dedos. Era muito perto. Fechei o “Bison”
e subi uma escada rolante para encontrar a Valquiria que já estava ansiosa pela
demora. Bem, levamos o nosso quite sobrevivência e aguardamos a hora da
partida. Entre as 15 e 17 horas é servida uma refeição, já incluída na
passagem. E de manhã, tem um copo de café com um doce.
Fazia muito tempo que não passávamos
uma noite tão ruim. Foi uma noite de cochilos e de muita preocupação, pois
apesar do ar condicionado, não tinha como respirar ar puro dentro, somente indo
ao deck. Também tinha muita gente na mesma condição do que nós. Ainda na
viagem, depois que estourou o Covid-19, não tínhamos ficado num espaço fechado
com muitas pessoas. Esse tempo todo de máscara é muito desconfortável, mas por
força das contingências é melhor não arriscar.
O Ferry chegou por volta das 06:00
horas da manhã. O café da manhã foi
liberado e ficamos aguardamos a nossa chamada para retirar o “Bison” do
navio. Demorou bastante para chegar a
nossa vez, mas enfim, chegou. A Valquiria se dirigiu para sair junto com os outros
passageiros até o terminal para as verificações e eu me dirigi até o andar da
nossa garagem. Após sair, fiquei muito contente em já está em minha casa e com
saudades da nossa cama...entrei numa grande fila para fazer a pesagem. Paguei
uma taxa do porto e continuei seguindo a fila até retenção da marinha para
fazer as inspeções novamente. Como tinha dois caminhões com carga coberta por
lona, demorou bastante. Chegou a minha vez. Educadamente pediu para que eu saísse
do carro para começar a inspeção. Começou a olhar a casa, ficou encantado, deu
mais uma olhada nos armários, geladeira e pegou o nosso guia do México. Folheou
por curiosidade, achou bacana e perguntou que eu achava do México. Disse que
realmente estamos adorando. Um país como
o nosso de cultura diversificada e com muito pontos em comum. Segui adiante e mais
uma parada para fumigação. Mais uma taxa. Continue na mesma via até ao terminal para
buscar a Valquiria.
Até chegar em La Paz, capital da Baja Califórnia Sul, tinha ainda mais uns 27 quilômetros. Parei num posto Repsol, enchi o tanque de Diesel, e comprei gasolina para o gerador. Depois segui até ao Walmart para comprar algo para almoço, descansar e se recuperar da noite mal dormida.
A cidade de La Paz é muito
interessante, com muitas opções de supermercado, shopping, hospital e de boa
estrutura para turismo. Muitos americanos vivem por aqui. Chegamos numa época
muito boa, pois de dia o clima é quente e a noite refresca bastante para dormi.
As informações que tivemos é que de novembro a janeiro o clima vai de 19 a
31ºC. Em outras épocas pode chegar a 46ºC.
Segui para uma empresa fazer a troca
de óleo em que já tinha conversado pelo fone. Ao chegar no local, o mecânico
estava mexendo em um outro veículo e a rampa estava liberada. Falei para fazer
a troca e que eu explicaria como fazer, pois ele não conhecia o veículo. Mesmo
assim, o mecânico ficou com medo e não quis fazer a troca. Solicitei para que
me alugasse a rampa. A atendente ligou para o proprietário que se recusou.
Voltei para o aplicativo para procurar
outra empresa que fizesse troca de óleo. Um pouco decepcionado, mas segui até a
empresa Baja Lube Express e o atendimento foi muito profissional. Expliquei detalhadamente
como teria que fazer e acompanhei cada passo. Ficaram felizes em conseguir me
atender e nos deram de brinde duas camisetas. Aliviado por dar essa manutenção
ao “Bison” e assim podemos andar por mais um bom tempo. É importante verificar
sempre o horímetro, pois deixamos as vezes muito tempo ligado pelo uso do ar
condicionado. Então, para o Iveco, a nossa troca é de 20.000 km ou 300 horas. O
que acontecer primeiro.
Depois seguimos para a praia de El Tecolote e ficamos acampados na beira da praia por cinco dias. Na segunda-feira foi dia de fazer compras, reabastecer de água para casa e água mineral para beber. Dormimos no estacionamento do Walmart.
Amanheceu um dia lindo de sol, temperatura nesta época bem agradável (18 a 20ºC na parte da manhã e noite, e a tarde sempre esquenta até 31ºC). Quase não chove por aqui, pois o clima é de deserto. Tomamos o nosso café da manhã e seguimos pela BCS 286 até a praia Bahia de La Ventana e El Sargento. Aqui é o paraíso do Kitesurf, pois como o nome já diz, venta muito!!! O local é muito bonito, a cor do mar incrível, mas muita poeira. Assim, voltamos um pouco e continuamos por mais 30 km pela mesma rodovia até a encantadora Bahia de Los Muertos, também conhecida por Bahia de Los Sueños. Sem poeira, mar calmo da baía, com linda vista, acampamos a beira do mar. Assim, ficamos por mais uma semana, desfrutando esta maravilha.
Voltamos para La Paz, fizemos noivas compras, reabastecimento de água para a casa e mineral também. Reabastecemos de combustível o “Bison” e gasolina para o gerador.
Depois seguimos pela Mex.1 em direção
ao Parque Nacional Cabo Pulmo, mas isso conto no próximo post. Continuem com a
gente!!!
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