quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Expedição Brasil até ao Alaska/Ushuaia - 2020 - Diário dos dias 01 a 23/12/2020

 55 – Diário dos dias 01 a 23/12/2020

Conforme comentamos no post anterior, seguimos pela Mex.1 e depois de uns quilômetros ela se divide em Mex. 19 e Mex.1. Entramos a esquerda pela Mex.1, passando por vários lugares pequenos, entre eles El Triunfo. Logo depois, descendo uma serra chegamos à cidade de Santo Antônio. A cidade fica no meio de um buraco rodeando por montanhas. Continuamos e subindo novamente a serra chegamos a um mirante que avista toda cidade e tem uma capelinha com o Santo Antônio. Resolvemos passar a noite. Muito tranquilo, protegidos pelo Santo Antônio, e a lua cheia nos proporcionava uma bela vista para a pequena cidade.

Quando já estávamos nos preparando para seguir viagem, parou um mexicano que veio conversar conosco. Chama-se Crisanto Meza, falou dos seus sonhos de um dia quando se aposentar comprar um Motorhome e sair viajando primeiramente pelo México. Conversamos sobre muitas coisas, demos algumas dicas, trocamos endereços e nos brindou com uma empanada mexicana, que estava deliciosa. Ele mora em La Paz e disse se precisássemos de alguma coisa ele indicaria mecânicos de sua confiança. O papo foi muito legal e nos deu algumas dicas de lugares onde acampar. Nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.

Continuamos pela Mex.1 até o entroncamento de Las Cuevas e entramos a esquerda pela estrada Caminho Cabo Este. Em seguida paramos na praia La Ribeira e ficamos por duas noites. O local é muito bem cuidado, tem banheiros, acesso em deck para cadeirantes e com duas palapas reservadas e também com lixeiras para lixo reciclável.

Demos sequencia pela mesma rodovia e depois de 17 km acabou o asfalto. Entramos no tipo de estrada que chamam de Terraceria, mas com a diferença de que aqui tem muita areia em alguns lugares. Quando tem a famosa costela de vaca, ficamos contentes pois a estrada é firme. Entramos na área do famoso Parque Nacional Cabo Pulmo e fomos até a sede onde fizemos o nosso almoço. Como estamos na contingência não tinham folders ou uma informação mais precisa sobre local onde acampar, etc...







Mais tarde, ao entrar numa praia atolei na estrada. Nem forcei...Estava saindo uma camioneta com uma família muito simpática de San José de Los Cabos e se prontificou ajudar. Peguei a minha cinta e as duas manilhas (usadas para anexar a cinta de reboque aos veículos) e prendi na traseira e me puxou por uns dois metros, e eu ajudando com o motor também. Conversamos mais um pouco e segui em direção à praia Los Frailes. No caminho as maquinas estavam passando pela estrada e deixaram um grande banco de areia. Na minha frente ia um caminhão que não conseguiu passar e eu logo em seguida, pois tive que diminuir a velocidade. Começou a formar uma fila, e os tratores voltaram e rebocaram o caminhão a uma distância de 100 metros. Depois veio outra máquina retroescavadeira, novamente engatei a minha cinta e demais acessórios e começou a puxar. Como esta cinta tenho quase 16 anos, ela rebentou. O tratorista deu um nó e voltamos a puxar. No primeiro momento não queria que usasse o motor, mas logo pediu para ajudar. Tinha muita areia e foi um sufoco para chegar na parte segura. Nos puxou por cerca de 100 metros até a parte firme da estrada. Depois, seguimos pela estrada com a famosa costela de vaca por cerca de 3 km e paramos na linda praia Los Frailes. Já era final de tarde quando chegamos e resolvemos comemorar o dia intenso com duas atolada na areia e fizemos um belo happy hour, com uma dose de tequila, petiscos e cerveja.









Ficamos 5 dias nesta bela praia e chegamos a ver uma baleia quando estávamos caminhando de manhã. Voltamos em direção a La Paz, paramos no caminho na praia La Ribera novamente e ficamos mais dois dias. Ali vimos um lobo marinho quando também estávamos caminhando.

Tocamos em direção a La Paz, fizemos o nosso reabastecimento de água mineral, água para casa, combustível e supermercado. Compramos pescados no mercado Bravo e depois seguimos pela Mex.1 passando pela cidade de Santiago. Tentamos ir para as Termas de Santa Rita, mas a estrada estava muito ruim. Voltamos para a Mex.1 e dormimos no Monumento Trópico de Câncer. Ficamos duas noites no local com boa estrutura e nos forneceu água o que possibilitou lavar as roupas e por tudo em dia.




Continuamos pela Mex.1 passando por Miraflores, Caduaño e até a San José de Los Cabos. Cidade com ótima estrutura para turista e viajantes. Dormimos no estacionamento do Supermercado Chedraui (fui solicitar permissão e nos foi concedida). A noite a polícia veio conversar conosco e disse-nos que pra qualquer problema para ligarmos para 911 que dariam apoio. Mas informaram que o lugar é muito tranquilo. No dia seguinte, compramos algumas coisas e seguimos para a Reserva Ecológica Municipal Estero San José onde ficamos por mais 2 dias.








Dormimos de novo no Chedraui e fizemos mais compras. A noite chegou um grupo de Judeus comemorando a festividade da Chanuka. Tinha brasileiros no grupo e batemos um longo papo. Foi muito divertido ver um veículo como se fosse um carrinho de supermercado. Fizeram a festa. De manhã, seguimos pela rodovia Caminho de Cabo Este e entramos a direita para a praia La Laguna e ficamos por 2 dias.

Voltamos para estrada novamente e chegamos a linda praia Santa Maria. Vamos passar as festas por aqui. Mas isto conto no nosso próximo post. Continuem com a gente neste novo ano que se inicia. Aproveito para deixar um Feliz Ano Novo com muita saúde, paz e harmonia.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Expedição Brasil até ao Alaska/Ushuaia - 2020 - Diário dos dias 13 a 30/11/2020

 54 – Diário dos dias 13 a 30/11/2020

Como havia informado no post anterior, mudamos os nossos planos e seguimos pela Mex.15 passando por fora de Guadalajara. Não sei porque, mas cometi um erro no GPS e me enviou para uma rodovia pedagiada. O valor foi de $187,00(cento e oitenta e sete pesos), pelo câmbio que fiz, equivale a USD 10,00(dez dólares), muito caro. Nós sempre seguimos pela rodovia livre, onde os lugares são considerados calmos. Fiz um retorno e quando estava voltando, uma camioneta deixou cair uma cadeirinha de bebe da caçamba. Tive que fazer uma manobra arriscada para não passar por cima, pois ia fazer algum estrago no nosso “Bison”. A nossa sorte que estava muito atento na estrada. Logo, cheguei até a cidade de Magdalena, onde tive a oportunidade de sair da rodovia pedagiada. Parei num posto de combustível para fazer o nosso almoço, reabastecer o “Bison” e descansar por um tempo, pois o calor estava muito forte.

Depois de uma hora, cruzamos a cidade de Magdalena, e continuamos pela Mex.15 passando por várias cidades pequenas. Por isso que gostamos das rodovias sem ser as autoestradas, pois passam por dentro das cidades e assim vamos conhecendo um pouco mais dos lugares. Estas rodovias são um pouco mais sinuosas, e normalmente não tem acostamento, mas têm muitas lombadas. As pistas por que passamos até aqui, considero muito boas. Na verdade, o que temos que ter é de um pouco mais de atenção na estrada.

Passamos por Ixtlán del Rio, onde tem um sítio histórico e museu ao céu aberto e a estrada de ferro ao lado onde passa o trem. Muito bacana o lugar. Assim, continuamos seguindo pela mesma Mex.15 passando por vários vulcões. Achamos interessante, pois a rodovia passa no meio de um rio de lava da erupção do vulcão El Ceboruco. Lembramos de alguns lugares no Chile. Bem, conversando nos distraímos e passamos a entrada da Laguna Santa Maria que queríamos visitar antes de Tepic. Na realidade não estava em nosso roteiro, foi apenas uma recomendação dada por uma pessoa no camping. Chegamos quase no início da noite em Tepic, e fomos direto para o Walmart para passar a noite.

No outro dia de manhã, seguimos pela cidade, depois pegamos a mesma rodovia Mex.15, e uns 150 km antes de Mazatlán, houve um grande acidente em que o veículo pegou fogo e por isso ficamos algumas horas esperando liberar a pista. Não precisa falar no tamanho da fila, pois a pista é simples e tinha muitos caminhões. Quando liberou, tivemos que redobrar os cuidados, e diminuir a nossa velocidade para manter um ritmo mais lento. Chegamos na interessante cidade de Mazatlán, já no início da noite de sábado. Novamente fomos para o Walmart. Estou a algum tempo tentando encontrar óleo para fazer a nossa troca, mas está um pouco difícil de encontrar na quantidade que preciso. Como no México tem muitos veículos a gasolina, inclusive vans, nem sempre é fácil encontrar o óleo nas especificações que a fábrica exige. Quando encontrava não tinha a quantidade que precisava.  Até que na Autozone de Mazatlán tinha o óleo nas especificações que precisava e na quantidade também.  Em outras cidades em que fui não tinha.

Hoje domingo de manhã, verifico no aplicativo da empresa Ferry BCS para ver quando tinha saída para La Paz. Para a nossa surpresa tinha saída prevista para as 17 horas. No aplicativo conseguia fazer as compras, mas na hora do pagamento o aplicativo não finalizava. O jeito foi seguir para o porto para tentar comprar.









Chegando no porto, entrei na fila, e depois de todas as checagens de peso e medidas, estacionei e fui comprar os bilhetes. Infelizmente não tinha mais cabine com cama para nós, e a solução é passar a noite nas cadeiras, poltronas, ou no restaurante e bar até fechar. Depois procurar uma poltrona e descansar.  Tudo comprado, e perguntei o horário para dar a entrada do veículo no ferry. Me informaram que a partir das 13 até as 15 horas. Então, a Valquiria preparou o nosso almoço, e liguei o gerador para utilizar o ar condicionado, almoçamos muito tranquilamente e descansamos um pouco.

Lá pelas 14:30 horas, levei a Valquiria até a fila para embarcar, pois não pode ir junto com o veículo, somente o motorista. Voltei e me posicionei na fila. A quantidade de veículos e caminhões é muito grande. Depois de um bom tempo, cheguei no setor onde fariam a inspeção de narcóticos. Pediram para eu descer do “Bison”, rapidamente entraram com o cão e já saíram em seguida. Todos muito educados. Fui direcionado para a fila e logo me encaminharam para subir a rampa do navio. Dentro subi mais uma rampa íngreme e fui para o andar “Cubierta C” do navio. As manobras para estacionar só com ajuda, pois são posicionados muito perto um do outro, e a diferença não passava de 4 dedos. Era muito perto. Fechei o “Bison” e subi uma escada rolante para encontrar a Valquiria que já estava ansiosa pela demora. Bem, levamos o nosso quite sobrevivência e aguardamos a hora da partida. Entre as 15 e 17 horas é servida uma refeição, já incluída na passagem. E de manhã, tem um copo de café com um doce.

Fazia muito tempo que não passávamos uma noite tão ruim. Foi uma noite de cochilos e de muita preocupação, pois apesar do ar condicionado, não tinha como respirar ar puro dentro, somente indo ao deck. Também tinha muita gente na mesma condição do que nós. Ainda na viagem, depois que estourou o Covid-19, não tínhamos ficado num espaço fechado com muitas pessoas. Esse tempo todo de máscara é muito desconfortável, mas por força das contingências é melhor não arriscar.

O Ferry chegou por volta das 06:00 horas da manhã.  O café da manhã foi liberado e ficamos aguardamos a nossa chamada para retirar o “Bison” do navio.  Demorou bastante para chegar a nossa vez, mas enfim, chegou. A Valquiria se dirigiu para sair junto com os outros passageiros até o terminal para as verificações e eu me dirigi até o andar da nossa garagem. Após sair, fiquei muito contente em já está em minha casa e com saudades da nossa cama...entrei numa grande fila para fazer a pesagem. Paguei uma taxa do porto e continuei seguindo a fila até retenção da marinha para fazer as inspeções novamente. Como tinha dois caminhões com carga coberta por lona, demorou bastante. Chegou a minha vez. Educadamente pediu para que eu saísse do carro para começar a inspeção. Começou a olhar a casa, ficou encantado, deu mais uma olhada nos armários, geladeira e pegou o nosso guia do México. Folheou por curiosidade, achou bacana e perguntou que eu achava do México. Disse que realmente estamos adorando.  Um país como o nosso de cultura diversificada e com muito pontos em comum. Segui adiante e mais uma parada para fumigação. Mais uma taxa.  Continue na mesma via até ao terminal para buscar a Valquiria.










Até chegar em La Paz, capital da Baja Califórnia Sul, tinha ainda mais uns 27 quilômetros. Parei num posto Repsol, enchi o tanque de Diesel, e comprei gasolina para o gerador. Depois segui até ao Walmart para comprar algo para almoço, descansar e se recuperar da noite mal dormida.

A cidade de La Paz é muito interessante, com muitas opções de supermercado, shopping, hospital e de boa estrutura para turismo. Muitos americanos vivem por aqui. Chegamos numa época muito boa, pois de dia o clima é quente e a noite refresca bastante para dormi. As informações que tivemos é que de novembro a janeiro o clima vai de 19 a 31ºC. Em outras épocas pode chegar a 46ºC.

Segui para uma empresa fazer a troca de óleo em que já tinha conversado pelo fone. Ao chegar no local, o mecânico estava mexendo em um outro veículo e a rampa estava liberada. Falei para fazer a troca e que eu explicaria como fazer, pois ele não conhecia o veículo. Mesmo assim, o mecânico ficou com medo e não quis fazer a troca. Solicitei para que me alugasse a rampa. A atendente ligou para o proprietário que se recusou.

Voltei para o aplicativo para procurar outra empresa que fizesse troca de óleo. Um pouco decepcionado, mas segui até a empresa Baja Lube Express e o atendimento foi muito profissional. Expliquei detalhadamente como teria que fazer e acompanhei cada passo. Ficaram felizes em conseguir me atender e nos deram de brinde duas camisetas. Aliviado por dar essa manutenção ao “Bison” e assim podemos andar por mais um bom tempo. É importante verificar sempre o horímetro, pois deixamos as vezes muito tempo ligado pelo uso do ar condicionado. Então, para o Iveco, a nossa troca é de 20.000 km ou 300 horas. O que acontecer primeiro.




Depois seguimos para a praia de El Tecolote e ficamos acampados na beira da praia por cinco dias. Na segunda-feira foi dia de fazer compras, reabastecer de água para casa e água mineral para beber. Dormimos no estacionamento do Walmart.



Amanheceu um dia lindo de sol, temperatura nesta época bem agradável (18 a 20ºC na parte da manhã e noite, e a tarde sempre esquenta até 31ºC). Quase não chove por aqui, pois o clima é de deserto. Tomamos o nosso café da manhã e seguimos pela BCS 286 até a praia Bahia de La Ventana e El Sargento. Aqui é o paraíso do Kitesurf, pois como o nome já diz, venta muito!!! O local é muito bonito, a cor do mar incrível, mas muita poeira. Assim, voltamos um pouco e continuamos por mais 30 km pela mesma rodovia até a encantadora Bahia de Los Muertos, também conhecida por Bahia de Los Sueños. Sem poeira, mar calmo da baía, com linda vista, acampamos a beira do mar. Assim, ficamos por mais uma semana, desfrutando esta maravilha.







Voltamos para La Paz, fizemos noivas compras, reabastecimento de água para a casa e mineral também. Reabastecemos de combustível o “Bison” e gasolina para o gerador.

Depois seguimos pela Mex.1 em direção ao Parque Nacional Cabo Pulmo, mas isso conto no próximo post. Continuem com a gente!!!