40 – Diário do dia 06 a 15/02/2020
Acordamos cedo no Camping e
Hostal Las Mercedes em Arequipa. A casa toda limpa, roupa lavada e reabastecida
com água. Nos despedimos da Sra. Úrsula e Sr. Hernan e seguimos pela marginal
do rio Chili, e no elevado pegamos a avenida do exército e na sequência a rodovia
AR 743 em direção ao aeroporto. Passamos por várias localidades com um trânsito
infernal. A briga por espaço é impressionante e isso acontece até a Ciudad de
Dios. Depois o trânsito fica mais tranquilo. Logo, entramos na PE 34A que
chamam também de via Interoceânica Sul e fomos até a estação de pedágio, onde
tem uma bifurcação. Na sequência pegamos a PE 34E e a Interoceânica segue em
direção a Juliaca. Neste tramo que seguimos, subimos até 4.870 msnm, e com
muito cuidado para não esquentar o “Bison”. A estrada tem muitas curvas, é
perigosa, mas também tem um visual muito bonito. Mais alguns quilômetros,
costeando sempre o Parque Nacional, outra bifurcação e entramos a esquerda na
AR-109, conhecida também como Carretera al Colca, subindo e descendo a até a
cidade de Chivay. Ali tem um portal turístico onde cobram ingresso ao parque
que para nós sulamericanos sai por $ 40,00 soles por pessoa. Dali seguimos por várias
cidades pequenas até o ultimo pedágio, onde entregamos os ingressos e ali
resolvemos passar a noite. Neste lugar tem amplo estacionamento e tem vigia a
noite. Pensávamos em passar a noite no Mirador Cruz del Condor, mas como não
tinha ninguém no local e também por indicação do senhor que cuida do pedágio,
achamos mais prudente este local.
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Arequipa a Valle del Colca |
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Arequipa a Valle del Colca |
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Arequipa a Valle del Colca |
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Arequipa a Valle del Colca |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
A noite foi muito tranquila e de
manhã bem cedo, lá pelas 06:30 nos dirigimos ao local Mirante da Cruz del Condor,
mais ou menos uns 5 km de distância. O dia estava clareando e o sol dando o ar
da sua graça. Fomos tomar o nosso café da manhã no estacionamento do Mirante
Cruz del Condor e esperar o aparecimento dos condores. O pessoal das agências
chega em torno de 08 horas até as 10:00, depois disso fica ninguém no local.
Por isso muitas pessoas que vem para cá, dizem não ter vistos os condores.
Conforme o sol vai aquecendo o ar, começam aparecer os condores. O lugar é
muito bonito, tem várias trilhas, vários mirantes e também muito cansativo,
principalmente para nós que vivemos a nível do mar. Interessante que de tempos
em tempos iam aparecendo os condores. O Voo é muito lindo.
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Valle del Colca |
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Valle del Colca |
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Valle del Colca |
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Valle del Colca |
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Valle del Colca |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
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Cruz del Condor |
Conversamos com várias pessoas da
região e lá pelas 04:00 horas da tarde, seguimos em frente para conhecer a
cidade de Cabanaconde. Chegando lá fomos visitar o Museu Juliaca que mostra
toda a cultura local. O Sr. que cuida do local, nos levou para conhecer o
Mirante San Miguel que fica próximo ao museu. A caminhada foi tranquila, bom
papo e ainda uma vista formidável. Avista-se algumas pequenas cidades que ficam
nas montanhas do outro lado do rio, com estradas fantásticas e também com
curvas impressionantes.
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Cruz del Condor |
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Valle Del Colca |
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Chivay |
Nestas cidades plantam muitas
frutas, como maçã e pêssego. Convidei, brincando, a Valquiria para visitar uma
destas cidades: “Nem pensar!”, disse ela. Ficamos só com as fotos. No caminho
tinha uma filmagem de uma cantora local com traje típico que ficava dançando o
tempo todo. Foram vários takes naquela altitude. Conversando com o chefe da
equipe, disse a ele, brincando: que ela devia dá estar muito cansada. Ele me
disse em tom de brincadeira:” moça solteira, não cansa!” rimos um bocado,
conversamos mais um pouco e seguimos para o local onde dormimos a noite
passada, e passamos novamente a noite.
Interessante ressaltar que o
Valle Del Colca possui em quantidade, um dos maiores terraços(andenaría) do sul
do Peru. Estas obras permitem cultivar nas empinadas ladeiras do vale e
controlar minuciosamente a água para regar as plantações. Estes controles de água
foram construídos pelos povos Collaguas e Los Cabanas que controlavam a região
entre os anos de 900 a 1.400 d.C. Na metade do século XV o Valle de Colca foi conquistado
pelos Incas e se aproveitaram dos terraços e da água e também ampliaram. Esta
conquista se formalizou com o casamento do Inca Mayta Cápac com a filha do
cacique Callagua de Coporaque de nome Mama Tancaray Yacchi. Hoje em dia os
povos locais seguem cultivando nestes terraços principalmente: milho, batata,
cevada, trigo, alfafa e quinua. Vale ressaltar ainda, que este vale possui
beleza únicas e também sendo uma delas a educação e cortesia de seu povo.
Voltamos para Chivay e fomos
dormir na Termas La Calera. O local é muito bacana em função do rio que desce
passando pelas termas. A noite choveu constantemente, mas com pouca
intensidade.
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Chivay |
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Chivay |
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Chivay |
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Chivay |
Acordamos no horário normal de
pegar estrada, tomamos o nosso café da manhã e seguimos em direção a Arequipa.
Pra a nossa grande alegria e surpresa, no Patapampa, passe de 4.870 msnm,
estava coberto de neve. Foi muito emocionante, pois tivemos duas visões
diferentes da mesma montanha. Depois de tirarmos muitas fotos seguimos pela
PE-34E até o cruzamento com a PE-34A, conhecida como Via Interoceânica Sul com
destino a Juliaca. De Juliaca seguimos em direção a Cusco.
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
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Passo Patapampa |
Em Cusco o trânsito estava muito
complicado, uma luta infernal por espaço, buzinadas de tudo quanto é lado, um
carro fechando o outro, foi de enlouquecer. Num certo momento, um ônibus e um
taxi pequeno, me fecharam e pra eu não bater, fui desviar e pegou a ponta do
toldo num poste inclinado para rua. Felizmente deu um amassado na ponta do
toldo, mais não teve outras implicações. Passado o susto, e também estava
chovendo e para complicar um pouco, não conseguimos um local seguro para deixar
o “Bison”. Procuramos nos aplicativos, mais não tinha espaço, lotados ou não
tinha segurança que me deixasse tranquilo.
Depois desse enrosco todo, seguimos
pela sinuosa e linda PE – 3S em direção a cidade de Abancay. Cidade nas
montanhas, ruas estreitas e íngremes, muitas paradas em função da busca de
espaço e nesta confusão encontramos um Brasileiro que estava subindo. Só deu
tempo pra dá um “alô” e seguir em frente.
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Abancay |
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Abancay |
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Abancay |
Fazia muito tempo que não
passávamos nesta estrada. Tem muitas subidas, diversos passes, enfim, uma
viagem nas alturas. O grande problema era que estávamos no período das chuvas e
tinha muito deslizamentos de terra e pedras. Queríamos continuar por cima das
montanhas, mas como disse, estava muito perigoso e a estrada que iriamos tinha
acontecido um deslizamento e estava fechada por 3 dias.
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Chalanhuanca |
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Chalanhuanca |
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Chalanhuanca |
Bem, por todos esses
acontecimentos, decidimos voltar em outra época para fazer o caminho pelas montanhas.
Agora, restou-nos seguir para o caminho mais chato que é ir pelo litoral, onde
tem muita areia e asfalto. Praticamente sem um verde de mata. Mais adiante
pegamos a PE-30 e serpenteamos até a cidade de Puquio e depois até Nazca.
Em Nazca, fizemos câmbio de moeda,
passeamos pela cidade, compramos alguns itens que precisávamos e fomos dormir
num Posto na saída da cidade. Vale destacar que já fizemos todos os passeios
por aqui em outros tempos, inclusive o aéreo. Utilizamos mais a cidade desta
vez, como um ponto de apoio.
Acordamos cedo e seguimos pela
Panamericana até ao PN de Paracas. Visitamos o parque, e seguimos adiante e
fomos dormir próximo a cidade de Lima. Tentamos encontrar um lugar seguro, mais
o dia estava muito complicado em Lima. Trânsito Infernal, e resolvemos seguir
em frente e tocamos até perto de Trujillo e dormimos num posto da PetroPeru.
Trujillo, também já visitamos e conhecemos os passeios históricos da região.
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Paracas |
O pessoal do posto de
combustível, muito simpático, rimos um pouco, reabasteci de combustível e água
o “Bison” e seguimos pela PE – 1N a Panamericana Norte até a cidade de Sullana.
Na entrada da cidade, numa rótula, rotonda ou ovalo, tem uma grande área
comercial com vários serviços. Neste local nas vezes anteriores, fizemos câmbio
de moeda, compras e dormimos no local. Sempre pedimos a permissão. Tudo certo
para passar a noite, mas lá pelas 21:00 horas o som de um bar próximo é
aumentado e sentimos que muita coisa mudou e não daria para passar uma noite
agradável. Resolvemos sair, e viajar um pouco a noite pela Panamericana Norte,
que passa chamar de PE – 1A , até achar um local em que pudéssemos passar a
noite. Próximo à entrada para a cidade de Talara, tem um posto de pedágio e
mais ou menos 1 km adiante tem um oposto de combustível da AVA. Ali pedimos a
permissão para um Sr. bem pesadão que estava sentado e ele nos disse: “Hola
papa! papa puedes quedar-se. Yo que quedo la noche toda, papa!” Agradeci o “papa”,
estacionamos e dormimos uma noite muito tranquila. Gracias papa!!!
De manhã, fizemos a nossa rotina
normal e seguimos pela mesma rodovia até o Camping e Hospedagem “Swiss Wassi
Zorritos”. A proprietária é uma peruana que morou na suíça, voltou para sua
terra e montou Hostal e camping. Aqui tem uma boa estrutura, com captação de água
de chuva, separação de lixo reciclável e fica de frente para o mar. Resolvemos
ficar por pelo menos um dia para nos preparamos para cruzar a fronteira do
Equador.
Mais notícia sobre a nossa
travessia para o Equador, contaremos no nosso próximo post.