quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Expedição Brasil até ao Alaska/Ushuaia 2020 - Diário do dia 06 a 15/02/2020


40 – Diário do dia 06 a 15/02/2020

Acordamos cedo no Camping e Hostal Las Mercedes em Arequipa. A casa toda limpa, roupa lavada e reabastecida com água. Nos despedimos da Sra. Úrsula e Sr. Hernan e seguimos pela marginal do rio Chili, e no elevado pegamos a avenida do exército e na sequência a rodovia AR 743 em direção ao aeroporto. Passamos por várias localidades com um trânsito infernal. A briga por espaço é impressionante e isso acontece até a Ciudad de Dios. Depois o trânsito fica mais tranquilo. Logo, entramos na PE 34A que chamam também de via Interoceânica Sul e fomos até a estação de pedágio, onde tem uma bifurcação. Na sequência pegamos a PE 34E e a Interoceânica segue em direção a Juliaca. Neste tramo que seguimos, subimos até 4.870 msnm, e com muito cuidado para não esquentar o “Bison”. A estrada tem muitas curvas, é perigosa, mas também tem um visual muito bonito. Mais alguns quilômetros, costeando sempre o Parque Nacional, outra bifurcação e entramos a esquerda na AR-109, conhecida também como Carretera al Colca, subindo e descendo a até a cidade de Chivay. Ali tem um portal turístico onde cobram ingresso ao parque que para nós sulamericanos sai por $ 40,00 soles por pessoa. Dali seguimos por várias cidades pequenas até o ultimo pedágio, onde entregamos os ingressos e ali resolvemos passar a noite. Neste lugar tem amplo estacionamento e tem vigia a noite. Pensávamos em passar a noite no Mirador Cruz del Condor, mas como não tinha ninguém no local e também por indicação do senhor que cuida do pedágio, achamos mais prudente este local. 

Arequipa a Valle del Colca

Arequipa a Valle del Colca

Arequipa a Valle del Colca

Arequipa a Valle del Colca

Passo Patapampa

Passo Patapampa

A noite foi muito tranquila e de manhã bem cedo, lá pelas 06:30 nos dirigimos ao local Mirante da Cruz del Condor, mais ou menos uns 5 km de distância. O dia estava clareando e o sol dando o ar da sua graça. Fomos tomar o nosso café da manhã no estacionamento do Mirante Cruz del Condor e esperar o aparecimento dos condores. O pessoal das agências chega em torno de 08 horas até as 10:00, depois disso fica ninguém no local. Por isso muitas pessoas que vem para cá, dizem não ter vistos os condores. Conforme o sol vai aquecendo o ar, começam aparecer os condores. O lugar é muito bonito, tem várias trilhas, vários mirantes e também muito cansativo, principalmente para nós que vivemos a nível do mar. Interessante que de tempos em tempos iam aparecendo os condores. O Voo é muito lindo. 

Valle del Colca

Valle del Colca

Valle del Colca

Valle del Colca

Valle del Colca

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Cruz del Condor

Conversamos com várias pessoas da região e lá pelas 04:00 horas da tarde, seguimos em frente para conhecer a cidade de Cabanaconde. Chegando lá fomos visitar o Museu Juliaca que mostra toda a cultura local. O Sr. que cuida do local, nos levou para conhecer o Mirante San Miguel que fica próximo ao museu. A caminhada foi tranquila, bom papo e ainda uma vista formidável. Avista-se algumas pequenas cidades que ficam nas montanhas do outro lado do rio, com estradas fantásticas e também com curvas impressionantes. 

Cruz del Condor

Valle Del Colca

Chivay

Nestas cidades plantam muitas frutas, como maçã e pêssego. Convidei, brincando, a Valquiria para visitar uma destas cidades: “Nem pensar!”, disse ela. Ficamos só com as fotos. No caminho tinha uma filmagem de uma cantora local com traje típico que ficava dançando o tempo todo. Foram vários takes naquela altitude. Conversando com o chefe da equipe, disse a ele, brincando: que ela devia dá estar muito cansada. Ele me disse em tom de brincadeira:” moça solteira, não cansa!” rimos um bocado, conversamos mais um pouco e seguimos para o local onde dormimos a noite passada, e passamos novamente a noite.
Interessante ressaltar que o Valle Del Colca possui em quantidade, um dos maiores terraços(andenaría) do sul do Peru. Estas obras permitem cultivar nas empinadas ladeiras do vale e controlar minuciosamente a água para regar as plantações. Estes controles de água foram construídos pelos povos Collaguas e Los Cabanas que controlavam a região entre os anos de 900 a 1.400 d.C. Na metade do século XV o Valle de Colca foi conquistado pelos Incas e se aproveitaram dos terraços e da água e também ampliaram. Esta conquista se formalizou com o casamento do Inca Mayta Cápac com a filha do cacique Callagua de Coporaque de nome Mama Tancaray Yacchi. Hoje em dia os povos locais seguem cultivando nestes terraços principalmente: milho, batata, cevada, trigo, alfafa e quinua. Vale ressaltar ainda, que este vale possui beleza únicas e também sendo uma delas a educação e cortesia de seu povo. 

Voltamos para Chivay e fomos dormir na Termas La Calera. O local é muito bacana em função do rio que desce passando pelas termas. A noite choveu constantemente, mas com pouca intensidade.

Chivay

Chivay

Chivay

Chivay

Acordamos no horário normal de pegar estrada, tomamos o nosso café da manhã e seguimos em direção a Arequipa. Pra a nossa grande alegria e surpresa, no Patapampa, passe de 4.870 msnm, estava coberto de neve. Foi muito emocionante, pois tivemos duas visões diferentes da mesma montanha. Depois de tirarmos muitas fotos seguimos pela PE-34E até o cruzamento com a PE-34A, conhecida como Via Interoceânica Sul com destino a Juliaca. De Juliaca seguimos em direção a Cusco. 

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Passo Patapampa

Em Cusco o trânsito estava muito complicado, uma luta infernal por espaço, buzinadas de tudo quanto é lado, um carro fechando o outro, foi de enlouquecer. Num certo momento, um ônibus e um taxi pequeno, me fecharam e pra eu não bater, fui desviar e pegou a ponta do toldo num poste inclinado para rua. Felizmente deu um amassado na ponta do toldo, mais não teve outras implicações. Passado o susto, e também estava chovendo e para complicar um pouco, não conseguimos um local seguro para deixar o “Bison”. Procuramos nos aplicativos, mais não tinha espaço, lotados ou não tinha segurança que me deixasse tranquilo. 

Depois desse enrosco todo, seguimos pela sinuosa e linda PE – 3S em direção a cidade de Abancay. Cidade nas montanhas, ruas estreitas e íngremes, muitas paradas em função da busca de espaço e nesta confusão encontramos um Brasileiro que estava subindo. Só deu tempo pra dá um “alô” e seguir em frente. 

Abancay

Abancay

Abancay

Fazia muito tempo que não passávamos nesta estrada. Tem muitas subidas, diversos passes, enfim, uma viagem nas alturas. O grande problema era que estávamos no período das chuvas e tinha muito deslizamentos de terra e pedras. Queríamos continuar por cima das montanhas, mas como disse, estava muito perigoso e a estrada que iriamos tinha acontecido um deslizamento e estava fechada por 3 dias. 

Chalanhuanca

Chalanhuanca

Chalanhuanca
Bem, por todos esses acontecimentos, decidimos voltar em outra época para fazer o caminho pelas montanhas. Agora, restou-nos seguir para o caminho mais chato que é ir pelo litoral, onde tem muita areia e asfalto. Praticamente sem um verde de mata. Mais adiante pegamos a PE-30 e serpenteamos até a cidade de Puquio e depois até Nazca. 

Em Nazca, fizemos câmbio de moeda, passeamos pela cidade, compramos alguns itens que precisávamos e fomos dormir num Posto na saída da cidade. Vale destacar que já fizemos todos os passeios por aqui em outros tempos, inclusive o aéreo. Utilizamos mais a cidade desta vez, como um ponto de apoio.

Acordamos cedo e seguimos pela Panamericana até ao PN de Paracas. Visitamos o parque, e seguimos adiante e fomos dormir próximo a cidade de Lima. Tentamos encontrar um lugar seguro, mais o dia estava muito complicado em Lima. Trânsito Infernal, e resolvemos seguir em frente e tocamos até perto de Trujillo e dormimos num posto da PetroPeru. Trujillo, também já visitamos e conhecemos os passeios históricos da região.

Paracas

O pessoal do posto de combustível, muito simpático, rimos um pouco, reabasteci de combustível e água o “Bison” e seguimos pela PE – 1N a Panamericana Norte até a cidade de Sullana. Na entrada da cidade, numa rótula, rotonda ou ovalo, tem uma grande área comercial com vários serviços. Neste local nas vezes anteriores, fizemos câmbio de moeda, compras e dormimos no local. Sempre pedimos a permissão. Tudo certo para passar a noite, mas lá pelas 21:00 horas o som de um bar próximo é aumentado e sentimos que muita coisa mudou e não daria para passar uma noite agradável. Resolvemos sair, e viajar um pouco a noite pela Panamericana Norte, que passa chamar de PE – 1A , até achar um local em que pudéssemos passar a noite. Próximo à entrada para a cidade de Talara, tem um posto de pedágio e mais ou menos 1 km adiante tem um oposto de combustível da AVA. Ali pedimos a permissão para um Sr. bem pesadão que estava sentado e ele nos disse: “Hola papa! papa puedes quedar-se. Yo que quedo la noche toda, papa!” Agradeci o “papa”, estacionamos e dormimos uma noite muito tranquila. Gracias papa!!!

De manhã, fizemos a nossa rotina normal e seguimos pela mesma rodovia até o Camping e Hospedagem “Swiss Wassi Zorritos”. A proprietária é uma peruana que morou na suíça, voltou para sua terra e montou Hostal e camping. Aqui tem uma boa estrutura, com captação de água de chuva, separação de lixo reciclável e fica de frente para o mar. Resolvemos ficar por pelo menos um dia para nos preparamos para cruzar a fronteira do Equador.

Mais notícia sobre a nossa travessia para o Equador, contaremos no nosso próximo post.

Um comentário:

  1. Nossa Raul que viagem maravilhosa.Parabéns a vcs por saberem viver a vida intensamente.

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