42 – Diário do dia 27/02 a
28/03/2020
A noite na fronteira não foi a
das mais tranquilas para dormir, pois o movimento é de 24 horas. Mas, com a
chuva que estava caindo foi acertada a nossa decisão. Esta fronteira é uma das
mais movimentadas de toda a viagem, inclusive mais do que a do Peru para o
Equador. Tem relatos de pessoas que demoraram mais de uma manhã para fazer
todos os tramites. Isto é mais de 4 horas. Sabendo de toda a situação, pois não
é a primeira vez que a atravessamos, resolvemos acordar bem cedo, por volta das
05:30 horas da manhã para fazer estes tramites. Foi tudo muito rápido os
processos, com exceção para dar entrada do “Bison” na Colômbia. Pra adiantar
passamos antes para saber do que precisava. Aqui tinha que tirar cópia dos
documentos do passaporte com o visto de entrada, carteira de motorista
internacional e do documento do veículo. Feito tudo isso, tivemos que esperar o
funcionário tomar o café da manhã. Voltando, nos atendeu muito bem, foi até o veículo
confirmar o número do chassi e depois fez o documento que nos permite entrar
com o veículo na Colômbia. Orientou a fazer o SOAT (seguro contra terceiro),
mostrei-lhe que já havia feito, pois os policiais param por curiosidade e pedem
todos os documentos. Não houve nenhum tipo de verificação sanitária, e nem
perguntas se tínhamos frutas e verduras ou produtos de origem animal sem
certificação.
Tudo certo atravessamos a
fronteira o fomos tomar o nosso café da manhã. Após, pegamos a rodovia
Panamericana que leva o número de 25 e conforme o trecho vai acrescentando mais
números ex. 25-03, 25-04 e assim por diante.
Assim que entramos na rodovia
começou o nosso suplício. Eles estavam trabalhando nela fazendo a duplicação
até a cidade de Pasto. Neste sentido, tudo ficou muito demorado, pois a rodovia
é estreita, cheia de curvas, constante sobe e desce e com as obras, muitas
placas de Pare e Siga. Tem que ter muita paciência e tranquilidade, fica tudo
muito complicado, pois as condições geográficas não são das mais fáceis para
estas obras. Mas é admirável e impressionante a ousadia da engenharia em fazer
obras nestas condições. Conversamos com o pessoal que estava trabalhando e
disseram que vão terminar em 3 anos. Com
essas obras passa o dia e não rende muito a quilometragem. Tocamos até a cidade de Rosas na montanha e
depois de reabastecer no Posto Primax, conversando com o frentista nos indicou
ir até ao centro e dormir na praça central. Ao chegarmos conversamos com uma
moça que trabalha na prefeitura e disse que podíamos ficar que a cidade é muito
tranquila. Dito e feito, com praça com igreja matriz em obras, e tem homenagem
aos que morreram defendendo a cidade nos momentos de conflitos. Depois de
estacionar, circulei pela pequena cidade, fui comprar pão na padaria, tirar
umas fotos. Mais tarde, jantamos e fomos descansar da nossa primeira jornada na
Colômbia.
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Girardot |
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Girardot |
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Girardot |
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Girardot |
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Girardot |
Na estrada quando veem o nosso
“Bison” e de que somos brasileiros, buzinam e fazem sinal de positivo pela
nossa viagem. Quando estamos parados vem conversar, são atenciosos e simpáticos.
Seguimos pela Panamericana nr. 25 passando por fora de Popoyan, Cali, Piedomo
até a cidade de La Paila e dela entramos a direita de seguimos pela rodovia de
nr.40, passando por fora de Armênica, Carlacá, subindo muito e com muitas
curvas a mais de 3.000 msnm, descendo um pouco, subindo outro até a cidade de
Cajamarca. Continuamos pela 40 até a
cidade de Ibagué, já era de noite, e descendo as montanhas, paramos num posto
Terpel e pedimos para pernoitar. Os
frentistas disseram que atrás tem o parqueadero do posto com segurança e se
paga $ 7.000 pesos colombianos. Estávamos muito cansados! Dormimos muito
tranquilo a noite.
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Rosas |
De manhã, tomamos o nosso café da
manhã e ligamos o gerador, que suou para trabalhar bem acima dos 3.300 msnm, e com
ele em funcionamento, ligamos a máquina de lavar louça. Mais adiante na cidade de Espinal, entramos
na rodovia nr. 45 e na sequencia pegamos a nr. 40 novamente passando pela
cidade de Silvania, cruzamos a cidade de Bogotá pela variante, e depois voltamos
para a Rodovia 45-A até a cidade de Zipaquirá. Ao chegarmos fomos direto para o
estacionamento da Catedral de Sal. No estacionamento conversamos com o pessoal
e disseram para falar com o Engenheiro Renê, que autoriza ficar mais de um dia.
Na portaria do estacionamento a moça falou com o Eng. Renê que prontamente nos
autorizou a ficarmos 3 dias. O Custo de $ 7.000 pesos por dia, pouco mais de
USD 2 dólares. Estivemos no ano de 2004 por aqui quando estávamos dando a volta
na América do Sul, com o nosso Jeep com barraca de teto Camping’s World. Depois
de 16 anos o lugar mudou muito e pra melhor, pois a estrutura tem banheiros,
vários restaurantes e se pode fazer câmbio de moeda também.
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Zipaquirá |
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Zipaquirá |
Aproveitamos os dias para passear
na cidade histórica, fazer algumas compras e também visitar a Catedral de Sal.
É uma obra muito interessante feita pelos mineiros. Tem uma estrutura dentro da
mina de sal a 180 metros abaixo da terra, com via crucis, igreja, lojas, cinema
em 3D, trilha dos mineiros, enfim um bom passeio. Considerada a primeira
maravilha da Colômbia.
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Zipaquirá - Catedral de Sal |
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Zipaquirá - Catedral de Sal |
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Zipaquirá - Catedral de Sal |
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Zipaquirá - Catedral de Sal |
Depois de uma noite muito
tranquila, fizemos as nossas rotinas normais e a limpeza da casa e pagamos o
estacionamento e seguimos pela rodovia 45A passando por Ubaté, Chiquinquirá,
Saboya até Villa de Leyva. A estrada com muitas curvas, passando pelo interior,
com muitas fazendas e pequenas vilas. Chegando em Villa de Leyva, subimos pela Carrera
12 até o local onde fazem as feiras artesanal e de produtos agrícolas. Lugar
tranquilo, bem próximo tem a câmera da policia militar que controla todo o
lugar. Estacionamos o “Bison” e fomos conversar com as pessoas próximas ao
local e nos falaram que pode estacionar. Aproveitamos para circular pela
cidade, pois fazem 16 anos que tivemos por aqui. O lugar é muito bonito pois, as
construções mantêm o estilo e o povo continua muito bacana. Cresceu, melhorou a
estrutura com hotel de 5 estrelas, posadas, campings, padarias muito boas,
restaurantes e dentistas (inclusive desta vez fui eu que utilizei: quebrei um
dente), mas o importante é que a cidade não perdeu o seu encanto. Foram dias
maravilhosos.
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Villa Leyva |
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Logo de manhã, saímos de Villa de
Leyva e resolvemos voltar até a cidade de Sáchica, e pegar a Rod. 60 quer vai
em direção a Tunja, pois a informação turística nos avisou que a outra estrada
que não é pavimentada e não está em boas condições. Assim, em Tunja, pegamos a
Rod.62 passando por Arcabuco e Moniquirá, ziguezagueando pelas montanhas até a
cidade de Barbosa. Em Barbosa, entramos novamente na Rod. 45A até ao PN
Chicamocha, depois da cidade de San Gil. Neste parque o atendimento foi muito
estranho e até certo ponto, foram muito mal educados, principalmente o pessoal
da segurança privada. Não entendemos o que estava acontecendo. Estava no
IOverlander, inclusive com fotos pernoite no estacionamento e visitação do
parque de outros viajantes. Como faltava 01 hora para fechar, falamos em
pernoite e eles ficaram um olhando para o outro, o da portaria queria deixar,
mais o da segurança foi muito estupido e nem queria conversa. Bem, foi o
primeiro caso assim deste jeito na viagem. Nada melhor do que virar a página e
seguir em frente. Continuamos pelas montanhas, e numa barreira policial,
perguntamos de um lugar para passar a noite e o militar disse que logo à frente
tinha uma grande estação de serviço Terpel. Dito e feito, fomos muito bem
recebidos, enchi o tanque do gerador e passamos uma noite bem tranquila.
A 10 km a frente com as fortes
chuvas nos últimos dias, o rio subiu muito, desbarrancou e levou muita terra para
a pista, levou muitas casas e tiveram vítimas fatais. O trânsito ficou
interrompido até dois dias atrás. Eles liberam a cada 30 minutos, um lado de cada
pista. Depois das 20:00 horas é fechado e abre as 06:00 da manhã do dia
seguinte. Por isso a noite foi tranquila, ninguém na estrada.
Com o trânsito com várias paradas,
continuamos nas montanhas passando por Bucaramanga, subindo e descendo até
baixarmos para 108 msnm. Com esta descida, deixamos o frio para trás e
encontramos com o calor de 39ºC. Aí não teve jeito! Paramos para o almoço e o
gerador entra em ação para ligarmos o ar condicionado e fazermos o nosso almoço
numa estação da Terpel. Também aproveitamos para descansar um pouco para não
viajarmos no horário mais quente.
Mais tarde, continuamos na Rod.
45A com o nome agora de Via La Costa até a cidade de Curumaní e dormimos numa
estação de serviço Terpel.
De manhã, depois das rotinas,
seguimos pela Via La Costa até ao entroncamento com a Rod. 90 até a praia de
Rodadero no Camping Catamar.
Descansamos por três dias no
camping e fiz uma nova consulta de navio e para a nossa surpresa foi antecipado
em uma semana. Arrumamos tudo com pressa e seguimos para Cartagena e nos
instalamos no Hotel Isla de Capri, porque além do atendimento muito bom, e
estar próximo a cidade murada, tem também um bom estacionamento fechado e com
câmeras.
Ao estacionar, apesar de todo
estacionamento estar coberto por pedras, embaixo a areia era fofa num pedaço, e
justamente onde tentei estacionar. Infelizmente afundou as rodas traseira, nem
cheguei a forçar, pois tinha medo de que afundasse mais e ficasse preso por
baixo. Fui começar os trâmites com o Luis da Enlace Caribe e ele se ofereceu de
pronto para tentar a puxar com a sua camionete. Instalei os ganchos e fita e
orientei ele a tracionar a camioneta inclusive coma reduzida, e acelerar bem devagar
que eu também o ajudaria. Foi de primeira e fiquei muito feliz.
Os dias foram passando, fizemos
os tramites do porto, comprei as passagens de avião para 01 dia depois de
embarcar o “Bison”. No dia 15/03 entrou no navio e partiu com destino a Veracruz
no México. No dia do voo recebo um e-mail da Aeroméxico cancelando o voo.
Ficamos muito preocupados, pois a empresa encerrou os voos internacionais pelo
motivo do Corona Vírus. Tive que me agilizar para cancelar o pagamento, pois as
empresas demoram para isso. Depois disso, começa a odisseia em encontrar uma
empresa com voo para a cidade do México. Neste momento começa o outro dilema.
Os aeroportos fecharão para voos internacionais e nós ficamos na pior situação.
O nosso Motorhome indo para o México e nós em Cartagena. A cabeça ficou a mil.
Continuamos a nossa pesquisa e quando encontras o site, ele cai. Tentei várias
vezes e num delas consegui fazer a reserva, mas não conseguia fazer o
pagamento. Tinha um prazo de 12 horas para o pagamento. Fui várias vezes ao
aeroporto de Cartagena. Numa delas, peguei um taxi para ida e outro para a volta,
e para completar a situação o meu celular caiu e ficou dentro de um deles. Fui
me dar conta, só quando entrei no hotel. Voltei para frente na rua e o taxi já tinha saído.
Demorou um tempo, localizamos pelas câmeras os números dos táxis. Aciona grupo
de WhatsApp de taxista e nada!!
Mas tarde, indo até a cidade murada, com os
amigos brasileiros que também estavam no hotel (Joaquim e Iara), vi o taxi
parado. Fui conversar com ele e disse que não viu, mostrou o seu celular, não
pedi nada disso! Enfim, olhamos o carro e nada. Falei de
recompensa...continuando e numa das ruas da cidade murada vi o outro carro
passando, dei um grito e o motorista parou. Disse-me que pegou mais passageiros
e também não encontrou. Falei de recompensa...Numa cidade como Cartagena, cheia
de taxi e encontrar os dois que fizeram as corridas, isso é coisa de loteria.
Mas enfim, loteria seria achar o celular. Um dos dois ficou com ele. O celular
em si não tinha muito valor, pois já estava desatualizado em mais de 4 gerações.
O valor era as informações, mais felizmente os app o Google salva, mas as
conversas se perderam. O que tem de positivo, é conseguimos a passagem. Estava
na hora!! Mas nos dias de hoje, também não quer dizer muita coisa. Precisa ter
o voo, e o avião decolar e aterrizar no México.
Dia 22/03 conseguimos o voo pela Interjet.,
o ultimo voo internacional, o próximo dentro de um mês. Na mesma noite pegamos
um voo com a Aeroméxico para Veracruz. Só que a empresa não aceitou o meu
cartão, tive que fazer cambio e pagar em cash.
Chegamos em Veracruz!
MARAVILHA!!!! Viemos para o hotel Yes inn em que ficamos no ano de 2017 em
Nueva Veracruz, empreendimento do Carlos Slim, dono da Claro, Tecel e etc.
Local bem tranquilo, tem hospital, supermercado, shopping, estacionamento grande
e muita segurança.
Contactei com a empresa de Luis
Cervantes para os tramites aqui no México. O atendimento impecável, são muito
atenciosos e disponíveis em atender aos turistas que precisam retirar ou enviar
o carro pelo porto. Aqui os trâmites são um pouco demorados, mas não é um
problema em si. O problema é que casa rodante ou Motorhome, não pode trazer
comida ou bebida quando está sendo feita a importação. No meu caso, em função
do Corona Vírus, precisamos ter estoque de alimentos e com a autorização do
Chefe nos deixaram ficar. Ufa!!!
Com a presteza e agilidade do
pessoal do Luis Cervantes, consegui o papel para retirar o “Bison” do porto no
dia de hoje, sábado 28/03. Já contava em retirar só na segunda feira. Foi uma
alegria imensa em ter a nossa casa por perto. Trouxe até o estacionamento e a
ideia é ir para um camping em Catemaco, próximo ao Lago de mesmo nome, na
segunda-feira. Mas vamos continuar vendo as notícias, pois as rodovias estão
começando a ficar com bloqueio e com isso vamos avaliar. Caso não der,
ficaremos por aqui até passar a onda, começar a estacionar e declinar o número
de contagio. É um tempo atípico, uma pandemia, temos que levar a sério e com
muita calma acompanhar e seguir as recomendações da Equipe que está gerenciando
a Crise.
Os nossos passos ou dia a dia
vamos comentando nos próximos post. Grande abraço em todos e fiquem com DEUS.