Diário do dia 02 a 15/03/2017
Depois da confusão, com o trânsito caótico, seguimos pela Pan-Americana
que leva o número de 25 em direção a Ipiales pelas montanhas. Resolvemos tocar
um pouco mais, pois não queríamos passar a noite muito próximo da fronteira. A
noite começou a cair e na descida de um vale muito bonito onde tinha um Posto
de Serviço ESSO, com um pátio enorme, e fui pedir a permissão para passar a
noite. Nos deixou ficar, e assim passamos uma noite muito tranquila.
No dia seguinte fomos para a cidade de Pasto. Cidade está
com mais de 400 mil habitantes, tem em sua volta o Vulcão Galera, onde na última
erupção matou alguns cientistas que estavam fazendo estudo sobre este vulcão.
Ir a Pasto foi por dois motivos: o primeiro comprar um chip da Claro para
voltamos a estar conectados e começar a enviar o nosso diário; o segundo foi
para visitar o Vulcão Galeras. Eu e a Valquíria lemos o livro, em que um
cientista sobrevivente contou todo o episódio. Tentamos, mas depois desse fato,
não é mais permitido visitar. Tentamos vê-lo por inteiro, mas o clima estava
nublado e tiramos apenas fotos e não conseguimos ver a sua fumaça, pois
continua em atividade. Tudo resolvido, voltamos a estrada depois de almoçarmos,
um risoto que a Val tinha deixado quase pronto. Ficando somente para
acrescentar o arroz. Isso tudo dentro do estacionamento, onde deixamos o nosso
MH.
Passamos nesse trecho no ano de 2004 e aqui na Colômbia
continua da mesma forma. O exército está presente nas montanhas, e nas
cabeceiras de pontes que divide os vales, dentro de barricadas. A presença
continua muito forme. Parando caminhões, motos e automóveis e revistando todos.
Nos pararam apenas uma vez, até o momento, mostrei o documento da fronteira, o
qual dava entrada do MH na Colômbia e mandou seguir.
Ontem tocamos até a cidade de Pereira. Aconteceu algo muito
interessante. Já era anoitecer e estamos na rodovia 29 e começou um barulho
estranho. Como se fosse correia do carro. Como havíamos descido muito a
cordilheira pensamos que tinha acontecido algo com o carro. Paramos ao lado da
rodovia, abri o capo do carro e o barulho não vinha do motor. Desliguei o carro
e verifiquei que o barulho continuava. Logo, percebemos que a rodovia está
coberta por árvores e o barulho era das cigarras. Susto passou, e dormimos num
Posto de combustível.
Voltamos a subir a cordilheira, numa estrada cheia de
curvas, caminhões enormes e ainda por cima em obras. O calor voltou neste
trecho e mantinha o carro em giro não muito alto, de olho na temperatura e
seguindo montanha acima, mantendo certa distância dos caminhões para ter um
ritmo tranquilo. As paisagens são fantásticas em função da altura e das
estradas. Seguimos por Medellín e foi até emocionante, pois os carros que
passavam por nós, nos saudavam com buzinadas e acenos. Aqui em Medellín, já
tínhamos visitado a cidade no ano de 2004 e na época estavam fazendo grandes
mudanças, inclusive o teleférico para as favelas que depois o Rio de Janeiro
levou a ideia também. Quando saímos do Brasil, ouvimos pela TV que estava
parado por falta de pagamento.
Voltamos para a Pan-americana 25 no sentido de Cartagena.
Voltamos a subir a 3500 msnm. Resolvemos dormir em frente a um restaurante no
alto para aproveitar a última noite com temperatura abaixo de 20ºC até
cruzarmos a América Central.
A descida foi longa, com muitas curvas, muitos caminhões,
enfim tudo com muito cuidado para não esquentar os freios. A altura é
impressionante, com muita água, cachoeiras e muita lavação para caminhões.
Depois de voltarmos praticamente ao nível do mar, a temperatura chegou a 41ºC.
Quando paramos para fazer o nosso almoço, tive que ligar o gerador para termos o
ar condicionado e almoçarmos tranquilos. Continuamos na Pan-americana e
dormimos numa Estação de Serviço próximo a cidade de Sho Gun. Esse pedaço da
estrada até aqui, não está muito bom, pois tem alguns buracos na pista.
Temos uma coisa para reclamar da Colômbia!! Os pedágios são
muito caros!!! Estamos gastando até o momento o mesmo valor de combustível em
pedágios. Até agora os mais caros de todos os países que passamos. Além do
mais, os trechos são muito curtos.
Vamos tocar até Sincelejo e fazer câmbio, pois o valor que
trocamos já está indo no que comentei acima.
Dormimos em Sincelejo e tocamos até Cartagena. A estrada é
de muita subida e descida até Cartagena. Uma coisa importante a saber é que as
Estações de Serviços, conhecida por nós por Posto de Combustível, nesta região
das montanhas, percebi somente nesta localização, não querem permitir no caso
de MH passar a noite. Alguns deles tens estacionamentos (Parqueadores) cobram
por isso, mais tens que dormir no hotel pertencente aos mesmo, citados acima. A
maioria deles tem alojamentos. Bem no nosso caso, nem pensar. Seguimos adiante
até conseguir um lugar para passar a noite, muitas vezes conversamos com
pessoas de restaurantes e nos deixam estacionar.
Cartagena na parte antiga da cidade é belíssima, com muitas
cores vivas. Muito teatro, música e entretenimentos. O pôr do sol é incrível,
tendo ainda a sorte de ter a lua cheia. Ficamos nos primeiros dias num
hotel/camping onde tinha estacionamento. As condições para ficar hospedado era
muito simples e a visão de quem está estacionado não é era muito boa.
Contratamos os serviços aduaneiros de transbordo do carro
com a Enlace Caribe, com os proprietários Luís Ernesto e Sonia. Muito
prestativos. Os funcionários também, como o Sr, Francisco e a Srta. Carolina.
Essa última teve um pequeno erro que me atrasou um dia em Panamá para retirar o
carro. Mas os demais, foram impecáveis e paguei um preço justo para enviar o
carro via Roll On Roll Off. (Para entender desta forma o MH vai dentro do navio).
Muito mais tranquilo, igual aos carros novos que são exportados ou importados.
Teria a opção de ir com contêiner flat rack (contêiner aberto), mas tem o risco
de avaria e também tem a o fator altura do carro. Poderia ter feito
pessoalmente, mas no meu caso, já vim preparado para pagar o preço, pois a
burocracia é muito grande. Os documentos não são nem complicado, mas como se
trabalha com pessoas, as vezes elas não tenham o desejo de fazer um trabalho
onde o cliente saia satisfeito. Parece que o interesse é procrastinar. Falta
boa vontade. Tivemos a sorte, pois logo que chegamos contatamos, e iria sair um
navio no domingo dia 12/03/2017. Acertamos tudo, na quinta feira levamos o MH
para o porto Bahia. Aí mudamos de hotel para outro com preço muito bom, mais
novo e tinha até piscina, sem falar no excelente café da manhã. Muito bom
atendimento e muito perto da cidade Histórica. Íamos tudo a pé. A empresa fez
todos os trâmites e no sábado à tarde fomos fazer a inspeção da Narcótico. Ouvimos
muitos relatos de pessoas que fizeram este mesmo trajeto que tiveram que tirar
tudo do MH ou carro e pôr na pista. Quando chegamos para inspeção, o pessoal da
agência não entra dentro do porto, perguntei como deveria fazer. O funcionário
do porto disse que teríamos que tirar tudo de dentro. Pensei, não pode ser
desta forma. Expliquei que era uma casa seria praticamente impossível fazer
desta forma. Perguntei: Posso falar com o Policial para explicar o que é um MH?
Disse que sim! Tinha um suíço comigo, mais eles são muito fechados e estava muito
mais preocupado, pois o carro dele era um MH MANN. Até brinquei, pois, tinha
espaço de botar o nosso MH dentro e pagaríamos menos. Bem brincadeira a parte
fui conversar com o policial, com o nosso jeitão brasileiro: gostar de
conversar, bom humor, paciência e muita sinceridade na proposta. Ele está atendendo
a outro carro, depois de explicar tudo, solicitou que abrisse o carro para
refrescar dentro e que iria a seguir. Chegou a minha vez, recepcionei ao entrar
na minha casa, fui abrindo todas as portas, ele olhou, tirou fotos e nada mais.
Viu que está tudo organizado, não precisei tirar nada do lugar. Olhou tudo e
não foi feita nenhuma bagunça, já que a Val ficou no hotel, fui cheio de
recomendação, mas deu tudo muito certo.
Tudo resolvido no porto, fomos atrás de passagem para o Panamá.
Aí foi de penar. Não tinha voos. Então para ter emoção compramos passagem para
Bogotá e pensamos que teríamos muitas possibilidades. Ledo engano. Não tinha
muita opção...fomos a Viva Colômbia, empresa aérea. Na fila, como muita gente,
mas a reclamação da empresa era muito grande. Coisa de cancelamento de voo e um
atendimento muito mal. Em certo momento tinha preço muito bom! Chegou a um
terço do valor da empresa Avianca. Tinha para somente dia 14/03. Ficamos muito
preocupados e ouvindo as pessoas fila. Enfim, a empresa não inspira confiança,
pois foi demonstrado nas reclamações fila, sem a mínima consideração...
resolvemos não correr o risco. Voltamos para a Avianca e conseguimos o voo de
segunda-feira à noite.
Chegamos na madrugada de terça-feira na cidade do Panamá.
Fomos para o hotel que reservei via Booking.com pelo celular. No dia seguinte,
fui seguir os trâmites que a Carolina da Enlace Caribe me passou. Aqui no
Panamá é tudo em dólar. Então, contratei o taxi para o endereço e nada deu
certo. Corremos até o meio dia. Quando percebemos que houve um erro da Carolina
da Enlace Caribe. Ela confundiu os trâmites. Pelo horário já adiantado, não
dava mais tempo para recomeçar. Deixamos para o dia seguinte. Fomos para um
Shopping almoçar e esquecer o que deu errado. No Shopping, não achamos nada
barato. Compramos em melhores condições no Brasil e sem ter que sofrer com as
variações do dólar. Tratei o taxi para o dia seguinte as 07:30 horas no hotel
para rumarmos para a cidade de Colón no Puerto Manzanillo. Quando chegamos ao
porto, ao conversar com o guarda sobre os tramites, nos apresentou o Sr. Felix Niño
(fone (507) - 68093224, agente que me cobrou USD$ 60,00 dólares para fazer
todos os trâmites. Foi a melhor coisa que fiz. Conhece todos os caminhos. Se
não fosse por ele e mesmo chegando cedo, não sairia até as 03:00 da tarde com o
carro. A Dian (Aduana) trabalha até esse horário. Com o Sr. Júlio (507)
64340699 do Taxi que ficou o dia todo a disposição (paguei USD$ 120,00). Pois
tem que fazer seguro na cidade de Colón que fica longe do porto. Pessoas de
confiança e que agiram corretamente comigo. Foram muito justos com os preços e
considero que muito satisfatório. Pensava que sairia mais. Quem está lendo pode
pensar que paguei demais. Não tem como comparar com o Brasil. Aqui qualquer
trajeto no mínimo é USD$ 10,00. O porto de Colón é muito longe 73 km. Sem
contar que na volta o Júlio veio na frente, pois tem um problema na Autopista
que não tenho (tipo passe livre) para passar nos Pedágios dessa rodovia. Não
existe cobrador. Turista não pode dirigir neste trecho, então nos trouxe direto
para o hotel.
Foi um dia de muita correria, mas também de muita felicidade
de reencontrar a nossa casa. São momentos muito distintos. Quando deixamos ele no
porto para embarcar: uma certa emoção de tristeza, vazio, não é muito
confortável, vendo ele partir. O segundo momento quando recebemos, de alegria
por ver a nossa casa de volta e pensar que podemos continuar a realizar o nosso
sonho.
Eu não vou falar aqui abertamente sobre custo de embarque e
retirada do carro no porto. Mas caso alguém tenha interesse posso repassar no e-mail
particular.
Conto no próximo post sobre o Panamá.
Obrigado por compartilhar. Imaginamos o quanto está sendo emocionante esta viagem. Acreditamos que a parte mais crítica foi essa da passagem via aérea e navio. Agora é pé na estrada. Grande abraço amigos. Álvaro e Izolete.
ResponderExcluirCaros amigos, muito bom receber mensagens de vocês. Tá tudo muito legal, não temos nada a reclamar e sim a agradecer. Muito aprendizado e agora mundo novo. Grande abraços em todos.
ResponderExcluirRaul & Valquiria
Olá Raul e Valquíria, quanta preocupação nesta fase da viagem.
ResponderExcluirAgora é só relajar e curtir a viagem até Alaska.
Grande abraço para vocês.
Valeu Chiquinho e Débora, tá tudo indo muito, graças ao bom Deus. Abraços
ExcluirValeu Chiquinho e Débora, tá tudo indo muito, graças ao bom Deus. Abraços
ExcluirOlá Raul e
ResponderExcluirValquiria! Comecei a acompanhar hoje a viagem de vcs. Tb adoro viajar de carro e já estive em vários lugares que vcs narraram até aqui. Essa viagem é um sonho e com certeza vou me preparar para realizá-la. Nunca imaginei ter um MH, mas tenho lido bastantes comentários positivos de quem gosta de fazer grandes distâncias. Vocês têm canal no YouTube sobre a viagem? Continuo seguindo os diários. Boa viagem!!!!
Olá Júnior Barroso,
ExcluirAgradeço os seus comentários. Com certeza com muita dedicação, persistência e planejamento, conseguirás também. Nós começamos com barraca de chão, depois barraca no teto do carro e agora um sonho antigo o MH. Estamos muito felizes com a nossa escolha. Tem o tamanho certo para as nossas viagens. Canal no YouTube não temos no momento. Mas quem sabe mas pra frente. Abraços, Raul & Valquíria
Raul e Valquiria,
ResponderExcluirÉ muito bom saber que estão aproveitando a viagem, e nós também através de suas postagens.
Abraços
Boa noite raul e valquiria
ResponderExcluirEstamos feliz em saber que vcs esteja aproveitando a viaje e conhecendo novas culturas
Aproveitem bastante
Abraço de paulo e tatiana