quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

360 Graus América do Sul - Bolívia


Ao entrarmos na Bolívia, tomamos o rumo da cidade de Copacabana. A vista é muito bonita, mas não tem nada a ver com a cidade maravilhosa. Mas, de volta ao roteiro, depois que cruzamos a cidade de Llave, encontramos no caminho várias pedras fechando a rodovia. Passamos com cuidado, e mais a frente encontramos mais pedras fechando a rodovia e agora com várias pessoas impedindo que fossem retiradas as pedras. Saí do carro e fui conversar com as pessoas para saber o que estava acontecendo. Informaram que era um “Paro”, ou melhor, greve dos pecuaristas, que estavam bloqueando a rodovia. Ficamos algum tempo parados esperando para ver o que acontecia. Foi chegando carros e todos tentaram argumentar para passar o bloqueio. Não houve jeito! Conversa com um e outro, descobrimos uma saída, passando por plantações e no meio do campo, cheio de valas e buracos. Saímos num comboio de cinco carros tentando a travessia. Depois de muito sufoco para achar uma saída voltamos para a rodovia à frente do bloqueio. Andamos mais alguns quilômetros e novamente outra turma colocaram mais pedras na rodovia. Parece sina, pois quando fomos sair do Equador, havia greve do pessoal da Aduana em Huaquillas impedindo a saída do país, fechando a ponte. Voltando a Bolívia, depois de certo tempo e de muita conversa, fizemos uma “vaquinha” de dois soles por carro e liberaram a rodovia. Dali em diante foi tranquilo.
Depois de instalados no Hotel Utama (que em Aymará quer dizer “Tua casa”), no alto do morro, fomos comprar um mapa turístico e dali fomos percorrer o extremo norte do lago até Yampupata. A estrada não é pavimentada, muito esburacada e com muitas pedras pontiagudas de vários tamanhos. Neste trecho muitos turistas vão a pé, por umas quatro horas de caminhada e de lá pegam o barco para fazer o passeio até a ilha do sol. O visual é fantástico, pois o lago tem a coloração azul, contrastando com o verde das plantações e das montanhas. Ao longo do caminho, passamos por várias pequenas comunidades, recebendo o cumprimento e sorrisos de seus moradores. Ida e volta, com algumas paradas para observar o visual, e também para fazer o pic nic, levamos em torno de seis horas percorrendo 39 km.
No dia seguinte, nós fomos fazer o passeio pela ilha do sol. O barco nos até a parte sul da ilha e de lá temos que atravessar a ilha de sul para o norte, em torno de 9 km, a pé, com tempo de 4 horas. Caso não chegássemos até as 04:00 PM, o barco zarparia e aí teríamos que pernoitar. Pensando simplesmente em 9 km, sobra tempo para fazer. Agora, o Lago Titicaca, situa-se a 3.920 sobre o nível do mar, e a Ilha do Sol, logicamente está acima disso. Então, caminhar em uma altitude acima de 4.000 mil metros, subindo e descendo ladeira, é muito difícil. Falta ar nos pulmões. Bem, não adianta só falar das dificuldades, pois elas são pequenas diante das recompensas pelos desafios superados. O visual é imperdível. Muitos turistas fazem os passeios pela parte sul da ilha e depois vão conhecer a Ilha da Lua. Mas o quente é a Ilha do Sol. Além do visual proporcionado nas caminhas, encontram-se sítios arqueológicos e ainda possui a Rocha Sagrada, considerada uma das mais importantes da civilização Inca. Segundo dizem as lendas, foi neste lugar que apareceram os primeiros Incas, Mambo Capac e Mama Ocllo, filhos do sol e fundadores do Império Inca. Levamos o tempo de 03h40min. Foi muito legal.
Saímos rumo a La Paz e do alto da montanha tem-se uma bela vista da cidade de Tiquina. Ali se pega uma balsa para fazer a travessia do lago e ali tem que se negociar bastante. Há muitos balseiros e cada um com preço diferente e cobram de acordo com a cara do freguês. Chegando a La Paz a primeira cidade é El Alto onde fica o aeroporto da capital. Dizem que neste aeroporto o avião não desce, estaciona, pois fica a mais de 4.100 metros de altitude. Muitos passageiros passam mal em função da altitude. O trânsito é muito confuso e temos que descer uma serra para chegar a capital, a sensação é que estávamos descendo uma cratera de vulcão, pois La Paz fica dentro de um grande buraco.
Próximo a Igreja de São Francisco, ficamos em Hostal limpo com grande estacionamento. Neste local, fica também o famoso Mercado das Bruxas. Neste mercado encontra-se desde sapo seco, até feto de llama secas também. Dizem que o sapo seco é para trazer grana e o feto de llama é para trazer sorte para o lar. O pessoal acredita nisso. O cheiro não é dos melhores, mas tem muita coisa interessante no mercado.
Resolvemos fazer um passeio de subir a montanha, onde tem a pista de esqui mais alta do mundo, 5.300 metros de altitude a 35 km de La Paz. A estrada vai serpenteando, beirando a precipícios e de repente começa a nevar e começa a mudar completamente a coloração da montanha, passando de uma tonalidade marrom, devido a grande quantidade de rochas para o branco da neve. Muito lindo! Neste momento, tracionei o carro para dar mais estabilidade e segurança. O tempo começou a ficar tenso na montanha e resolvemos descer com muito cuidado.
A vida continua e rumamos com destino a Oruro, Sucre e Potosí. Mas para sair de La Paz rumo à cidade de El Alto, passamos por um dos maiores perrengues da nossa expedição. Ali corremos risco de vida. Toda a região estava em greve, com pedras na estrada, fogo em pneus e muito índio bêbado. Fizemos várias tentativas para sair de La Paz. Na ultima, após a TV informar que terminou as greves, resolvemos sair no dia seguinte para ter um tempo a mais para os ânimos se acalmarem. Subimos até El alto novamente, pagamos o pedágio e seguimos desviando das pedras. Lá pelas tantas, vimos uma grande multidão fechando a rodovia. Paramos no acostamento e do nosso lado uma van com passageiros. Conversei com eles e me indicaram um caminho para o desvio da manifestação. Segui o caminho e num determinado momento, ficamos em dúvida qual trajeto tomar. No outro lado da rua, tinha uns manifestantes comendo, quando começaram a juntar pedras para jogar no nosso carro. Por um instante pensei que estaria tudo acabado. Mas para a nossa sorte a van parou no nosso lado e eles começaram a baixar a mão. Novamente indicaram o caminho, pois era muito confuso, tinha que passar pelo meio de uma cidadezinha, depois pelo campo. Mais adiante, tinha uma índia Aymará, fizemos uma pergunta que ela entendeu, mas respondeu no idioma próprio e lógico que não entendemos nada. Por sorte, indicou a direção com a mão. Todo esse trajeto, muitos outros turistas começaram a nos seguir. Por fim, adiante vimos à pista e tivemos que subir um barranco e dali tudo seguiu tranquilo. Depois de um bom tempo viajando, muito longe, onde a estrada corta um morro, vi um homem pastorando Llama. Ele levantou e vi o gesto dele de juntar algo que para mim pareceu uma pedra. Comecei a diminuir a velocidade, quase parando, quando ele baixou a mão e aí acelerei e a calma e tranquilidade voltou. Chegamos a Oruro, famosa pelo seu carnaval, sendo o maior da Bolívia, nos hospedamos no Hostal Hidalgo e fomos comemorar a nossa travessia com um belo jantar de cordeiro e regado a vinho.
Circulamos por Potosí num sobre e desce eterno. A cidade é muito bonita e guarda a arquitetura deixada pelos espanhóis e também tem bons museus para serem visitados. Tem muita mina em atividade para ser visitada. Depois seguimos também não menos bela a cidade de Sucre, também rica em arquitetura espanhola.
Tocando a nossa viagem dentro da programação, rumamos em direção à cidade de Uyuni onde tem um gigantesco salar. Percorremos em torno de 220 km de estrada chão, com muito pó, mas com belas vistas das montanhas. Da montanha tem-se uma linda visão da cidade de Uyuni no meio de um grande deserto.
Procuramos uma agencia de turismo para fazer um passeio de um dia pelo salar. Optamos por agencia devido o salar estar em sua grande parte coberto por agua, e como sabem, agua salgada. Isso destrói o carro e ainda se a agua respingar no radiador do carro e com o calor ela seca e impede a passagem do ar e o carro pode ter superaquecimento e fundir o motor.
O passeio é fantástico, no meio chega-se ao hotel de sal, onde cama, mesa, paredes é tudo em pedra de sal. Nesta região a extração do sal é só cavar. Quanto ao almoço foi na Ilha do Pescado, sendo a carne de llama o prato principal. O Salar de Uyuni é um mar de sal, e no meio tem a já mencionada Ilha do Pescado, situada a 3.653 metros de altura, com seus cactos gigantes com mais de 12 metros de altura e segunda as placas alguns com mais de 120 anos. Na volta pegamos uma trovoada a qual deu um belo espetáculo, inclusive com arco-íris.
Voltamos ao nosso roteiro, e tudo pronto para passarmos pela laguna colorada, mas ao sair da cidade vimos uma grande fila, pois estão construindo as pontes e a travessia é somente botando o carro no rio. A correnteza estava muito grande e conversando com as pessoas, muitas delas esperando a mais de cinco dias para atravessar. Tinha uma camionete carregada de mantimentos para levar para os mineiros e também aguardava o rio baixar. Vimos que não iríamos conseguir neste dia e voltamos para mais um dia na cidade de Uyuni.
No dia seguinte, voltamos para fila e fui lá à frente conversar para ver os ânimos do pessoal e se iria dar para atravessar o rio. O cidadão da camionete já não aguantava mais, pois os mantimentos corriam o risco de se perder. Resolveu atravessar. Soltou o cabo do guincho, e outra pessoa levou por cima da ponte, pois permitia passar pedestre precariamente. No outro lado, fixou e começou a travessia. A plateia de curiosos era muito grande! A cena foi inacreditavelmente espetacular! O carro foi levado pela correnteza e a sorte era o cabo de aço segurar o carro pela frente. A água batia na lateral e entrava no carro. Um caminhão 6x6 foi atravessar para retirar a camionete que estava presa no banco de areia. Quando o caminhão entrou, a agua bateu no para-brisa, e aí vi que não tinha jeito para nós atravessar. O caminhão retirou a van e não maiores problemas, só os mantimentos perdidos. Olhei para as montanhas e continuava a chover, não tinha outra saída e sim mudar os planos. Resolvemos voltar para Sucre e Potosí e rumar para entrar no Chile pelo Passo Tambo Queimado/ Chungará. Maravilha de passo! Rumamos para Arica num total de 1.213 km percorrido desde o Salar de Uyuni.
No próximo post comentarei sobre o Chile.
Chacaltaya


Chacaltaya

Lago Titicaca


Lago Titicaca



Lago Titicaca



Lago Titicaca



Lago Titicaca


Copacabana

Ilha do Sol


Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol



Ilha do Sol


Vista Copacabana

La Paz


La Paz



La Paz



La Paz



La Paz



La Paz



La Paz


Mercado das Bruxas - La Paz

Passo Tambo Queimado para o Chile


Passo Tambo Queimado para o Chile



Passo Tambo Queimado para o Chile



Passo Tambo Queimado para o Chile


Vista rod,. La Paz Potosi

Vista Rod. Potosi a Sucre

Rod. Potosí a Uyuni


Rod. Potosí a Uyuni



Rod. Potosí a Uyuni





Rod. Potosí a Uyuni



Mina Abandonada na rod. Potosí a Uyuni



Rod. Potosí a Uyuni


Sucre


Sucre



Sucre



Sucre



Sucre


Vista de Tiquina


Vista de Tiquina



Vista de Tiquina


Trem abandonado  a caminho de Uyuni

Salar de Uyuni


Salar de Uyuni


Hotel de Sal

Salar de Uyuni

Oferenda a Pachamama na Ilha del Pescado Uyuni

Oferenda a Pachamama na Ilha del Pescado Uyuni

Cordones gigantes na Ilha do Pescado - Salar de Uyuni

Cordones gigantes na Ilha do Pescado - Salar de Uyuni

Companheiros da visita ao Salar de Uyuni

Céu e Salar de Uyuni alagado

Salar de Uyuni alagado

Parada para esfriar o Motor no Salar

Vista da cidade de UIyuni

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