domingo, 1 de agosto de 2021

Expedição Brasil até ao Alaska/Ushuaia -2020/2021- Diário dos dias 28/04 a 03/06/2021

 

61 – Diário dos dias 28.04 a 03/06/2021 

Depois de quatro dias em Valle de Bravo, cruzamos a encantadora cidade em volta do lago pela rodovia Mex.83, passando pelas cidades de Avandaro e outras pequenas vilas, chegamos na Mex. 134 e entramos a esquerda com destino a Toluca.



Cruzamos a cidade de Toluca, nas montanhas, uma das mais altas no México pela Mex.15 e saímos a direita pela avenida Acueduto, e mais adiante, entramos na Carretera Independência até a cidade de Santiago de Tianguistenico. Nesta cidade, aconteceu algo inusitado e perigoso. Entramos na cidade, e tinha um carro a frente, com 6 pessoas, bem devagar. Como era avenida central, mantive a mesma marcha e continuei atrás do veículo, mantendo uma distância segura. O motorista começou a dar sinais de que estava bêbado, pois jogava as latinhas de cerveja na rua e oferecia outras para pessoas que imagino conhecidas em seus estabelecimentos comerciais. Nenhuma pessoa aceitou beber e nem dava atenção para ele. Em alguns, momentos onde permitia, tentei passar, mas ele me fechava. Comecei a ficar muito intrigado, mantive a calma e continuei me posicionando atras e mantendo o ritmo dele. Diminuía a minha velocidade e ele também fazia o mesmo. Depois de mais uma tentativa de passa-lo, fechou novamente. O semáforo fechou, parei e aguardei a abertura do sinal. Um taxi parado atrás de mim começou a buzinar. Ele achou que era eu e começou a gesticular. Vi que o negócio ia esquentar e em um momento acelerei para passar e ele jogou o carro dele na minha frente e tive que parar. Ele desceu do veículo e começou a gesticular, veio em minha direção querendo fazer uma grande confusão. O povo que estava no carro desceu e a mulher veio falar comigo e eu disse não entender porque ele estava procedendo desta maneira. Disse que não fui eu que buzinei e ela disse que sabia que não era eu. Estava começando a chegar o povo em volta, quando apareceu um policial e pensei que ele ia prender o bêbado. Apenas empurrou ele para dentro do carro e mandou tirar o carro dali. As mulheres pediram para o policial para não fazer nada. E a esposa pediu desculpas para mim. Enfim, o policial disse para eu tomar cuidado e o bêbado seguiu para outro caminho. Bem, aqui no México tenho visto muitas pessoas beberem e dirigir. Isso também é fácil de constatar, pois a quantidade de garrafas e latinhas de cervejas no acostamento é impressionante. Além de beber, jogam os recipientes para fora com o carro em movimento.














Enfim, depois de 01 ano e 02 meses aqui no México, foi o que aconteceu de mais perigoso e de desdobramentos incontrolável. Mas isso não tira o brilho dos maravilhosos momentos que estamos vivendo por aqui. Seguimos até San Nicolas Coatepec e entramos na EM.200 passando por pequenas vilas até a cidade de Santa Martha, onde entramos na EM.106. Cruzamos a capital do Estado de Morelos, a cidade de Cuernava e em Juitepec dormimos no estacionamento do supermercado Mega Soriana.







De manhã, depois do nosso tradicional e rotineiro café da manhã, a Valquiria foi as compras e eu fiquei ajeitando as coisas. Quando a Valquiria voltou, seguimos pela Mex.160 passando pelas cidades de Cuautla até Izúcar de Matamoros onde paramos no estacionamento de um Posto Pemex para fazer o nosso almoço. Esta última cidade fica no estado de Puebla. Nesta cidade, pegamos a Mex.190, atravessamos muitos vales e montanhas, mantendo a altitude acima dos 1.600 msnm. O que impressiona é a agricultura, o modo de irrigação e a quantidade dos rios secos. O povo espera pelas chuvas para o início do mês de junho. Realmente está tudo muito seco e é muito parecido com a nossa região agreste do nordeste brasileiro.

Passando pela cidade de Acatlán, e alguns poucos kms, saímos do estado de Puebla e entramos no estado de Oaxaca. A primeira cidade de médio porte é a de Huajuapan de León, onde estacionei no supermercado Soriana. Conversei com o gerente e nos autorizou passar a noite.

Após o nosso café da manhã, fomos reabastecer de combustível tanto para o “Bison” como para o gerador. Completamos o nível de água para a casa e ainda no Oxxo compramos água mineral para o reservatório. O Oxxo é uma franquia tipo loja de conveniência de posto de combustível, mas aqui no México tem em outros lugares nos bairros e também por todo o país. É muito comum por aqui. Continuamos pela Mex.190 Livre, até a cidade de Oaxaca. Olhamos no APP IOverlander e próximo as Ruínas de Monte Albán, tem um Shopping e supermercado. Como está cercado e tem correntes para fechar as entradas de veículos não permite mais o overnight. Mas fui conversar com o chefe de segurança e foi muito gentil e nos autorizou pelo período de tempo para visitar as ruinas. Ficamos por duas noites.

A visita as ruínas foram muito interessantes e aproveitamos para conhecer mais um pouco a história do México. Neste tempo de pandemia, abre as 10:00 horas e fechas as 15:00 horas, com no máximo 400 pessoas visitando. Algumas ruínas estão em manutenção em função do terremoto que ocorreu no ano de 2017 e que danificou algumas pirâmides. Foi um dia muito quente, mas deu para fazer todo o recorrido. Fizemos o nosso almoço no local e depois seguimos para o shopping para passar a noite.

De manhã, cumprida as rotinas, seguimos para o centro de Oaxaca. De cara pegamos uma tremenda fila para o mercado de Abasto. Depois de um tempo, conseguimos mudar o rumo, mas muitas ruas estavam em obras e outras muito estreitas. Assim, resolvemos abortar a visita a praça central.

Mudamos os nossos planos e seguimos em direção ao Parque Nacional Cañón de Sumidero no Estado de Chiapas. Liguei para a informação e falei com o Belisário e que disse estar aberto e só fecha nas terças-feiras. O Belisário já tinha conversado o ano passado por fone quando dá nossa visita ao PN e que estava fechado. Muito simpático.

Seguimos pela Mex.190 livre, num calor de 36ºC e voltamos a subir as montanhas que voltou a diminuir a temperatura á nível mais confortável para nós. A estrada era muito boa e tinha vistas fantásticas. Quando estávamos passando pela cidade de Jalapa de Marquez, vimos uma placa da Represa Benito Juárez e entramos a esquerda numa estrada muito sinuosa por 5 kms. Ao chegar fui conversar com o funcionário da Conágua que nos deram a permissão para passar a noite. Mais tarde, andei pela represa e desci uma escada muito estreita e alta ao lado do vertedouro e ainda tinha muito vento que amenizava o calor. Voltei a conversar com o pessoal e ficaram de me informar se tinha algum paro (fechamento de rodovia). Quando tem, costumam cobrar um valor mais alto dos turistas. Depois fui jantar, tomar banho e ler um pouco antes de ir dormir.

De manhã depois do nosso Desayuno (café da manhã), fui me despedir do pessoal da Conágua e voltamos para a Mex.190 livre no sentido á Santo Domingo Tehuantepec, passamos por Juchitan de Zaragoza e em La Ventosa (onde tem as usinas eólicas) a pista se divide entre a Mex.190 e 200. Assim, seguimos na direção de San Pedro Tapanatepec e nesta cidade, entramos a esquerda para entramos novamente na Mex.190 livre. Subimos a Sierra Madre de Chiapas e em cima da serra tem um posto de combustível da Repsol que tem um amplo estacionamento e sossegado para passar a noite.

Foi uma noite tranquila e pela manhã, seguimos pela mesma rodovia em direção a capital do Estado de Chiapas a cidade de Tuxtla Gutierrez. Logo que chegamos, tomamos a direção para a estrada que leva ao Parque Nacional Cañón de Sumidero. Ao chegar na portaria, fui conversar o Belisário, o mesmo que nos atendeu as duas vezes pelo fone e outra vezes pelo WhatsApp. Nos atendeu muito bem, e abriu uma exceção e nos deixou dormir no estacionamento do último mirador. Foi um gesto muito bacana, pois não fica ninguém dentro do parque após o fechamento.

Começamos a exploração do parque, subindo a montanha numa estrada sinuosa, mas toda pavimentada. A cada mirador, uma vista maravilhosa do Cañón. São 5 miradores. À medida que vamos subindo a cidade abaixo vai ficando pequena e assim temos uma visão muito boa dela. No último mirador tem um amplo estacionamento, com banheiros, lojas de souvenires e de fotos. Tem uma edificação em que se sobe uma escada lateral que nos possibilita ver o cañón com 1 km de profundidade. Embaixo, corre o rio que vai serpenteando as montanhas e onde se vê os barcos que fazem o passeio por baixo. O local tem muitos pássaros e outro animais selvagens. A noite foi muito tranquila, tivemos as visitas dos guardas-parque, e que batemos um longo papo e depois cada um se recolheu aos seus aposentos.

De manhã, após o nosso café da manhã, começamos a descer a montanha e paramos na portaria para despedir dos nossos amigos. Em seguida, fomos em direção a San Cristóbol de Las Casas e mais tarde seguimos para o Walmart e fazermos compras e passarmos a noite.

Acordamos não muito cedo, pois estávamos aguardando informações sobre a rodovia se estava tendo paro (fechamento, manifestações, extorsão, etc.), muito comum nesta região. Era quase meio dia quando recebemos mensagens de que estava tudo tranquilo.

Assim, entramos na Mex.199 Livre com destino a cidade de Palenque. A rodovia é muito sinuosa e muito cheia de topes(lombadas). A viagem em si não rende, ainda mais que tinha também manutenções. No caminho resolvemos conhecer a Reserva Natural da Biosfera Cascadas de Água Azul. Chegamos por volta das 18:45 horas, e ainda dia e deu para ver um belo pôr do sol.







No dia seguinte resolvemos explorar a região e tomar banho em suas águas frias, mas o lugar é muito bonito. O dia a temperatura chegar em torno de 36ºC e a umidade do ar em torno de 60%. Com esse calor e umidade, começou a aparecer a transpiração que já fazia algum tempo que não sentíamos. O dia foi muito agradável no meio da mata, observando as árvores enormes e uma diversidade muito grande de pássaros. O local é muito tranquilo e organizado e é explorado pelos índios do local que trabalham em prol do turismo, vendendo produtos artesanais, ou em seus restaurantes fornecendo alimentação. Eles fazem a própria segurança e se comunicam através de rádio no idioma da sua etnia. Conversei com vários deles e inclusive os pequeninos. Foi muito divertido. Outra coisa que percebi é que ninguém usa máscara. Eu me senti um pouco estranho e parecia que estava em algum lugar há dois anos atrás, onde ninguém usava máscaras, num mundo dito normal.

Ficamos duas noites no local e de manhã seguimos pela mesma rodovia Mex.199 livre com destino a Palenque. Foi uma viagem curta, no meio da mata e verde por causa já do início da temporada de chuvas. Chegando a Palenque rumamos em direção ao Parque Nacional Palenque até a guarita onde se paga a entrada do parque. Depois rumamos para o Hotel e Camping Maya Bell. O dia estava muito caloroso. Nos instalamos, o ar condicionado a todo vapor, e assim passamos a noite. O camping é muito agradável e está no meio da mata onde se vê muitos pássaros e ouve seus cânticos e também os gritos dos macacos.















De manhã, após o nosso desayuno, fui em direção a portaria da ruinas para pagar o acesso. A Valquiria não quis ir, pois a temperatura estava muito alta. O camping fica em torno de 2 km do acesso as ruínas. Assim, fui caminhando com a minha mochila numa estrada pavimentada e em subida até a entrada, observando os pássaros e vi vários tucanos, pacas e uma infinidade de borboletas coloridas.

Paguei o ingresso e comecei a exploração do local. O circuito disponível para visitação em função da pandemia era muito curto, e o acesso somente na praça principal. Mesmo assim, deu para observar as construções que foram sobrepondo as das civilizações mais antigas. Foi um belo passeio pela história. Cheguei à saída e peguei uma pequena trilha de 800 metros no meio da selva, que passava no meio de árvores enormes e fiquei muito impressionado com o tamanho delas. Igual as que eu vi nas florestas da nossa Amazônia. Muito lindo!!!

De manhã, depois das nossas rotinas, esperamos a máquina terminar de lavar roupas, reabastecemos de água para casa e fomos comprar água purificada, pois não tem água mineral no México. Depois seguimos em direção a cidade de Catazajá. Ao chegar, entramos a esquerda na Mex.186 e paramos para fazer o nosso almoço num Posto de combustível Pemex. Na sequência, tem a Aduana onde verificam a documentação do veículo e logo seguimos para a cidade de Villahermosa e dormimos no estacionamento do Walmart.

Depois de fazermos as compras, seguimos pela Mex.180 D(cota) até a cidade de Minatitlan, e na sequência, entramos em direção a cidade de Oteapan, e dali entramos na Mex. 180 livre até a cidade de Catemaco. Circulamos pela cidade e fomos em direção ao Malecón, rodovia que beira a laguna, e estacionamos na praça e passamos a noite. Da outra vez que passamos por aqui, não era permitido entrar na cidade em função do início do Covid-19. Foi uma noite tranquila, mesmo sendo um final de semana, e na frente da laguna.



No outro dia, após as rotinas, seguimos pela mesma rodovia em direção a cidade de Veracruz. Passamos pelo Livramento e continuamos pela Mex.180, mas ela estava muito ruim, contendo muitos buracos e que não eram pequenos. Neste tramo tem algo inusitado. Apesar de a pista não ser pedagiada(cota), algumas pontes são e você paga para atravessar. Continuamos na mesma rodovia até a pequena cidade de Casitas a beira mar do Golfo do México. Na cidade fomos ao lugar onde ficamos na última vez que estivemos por aqui no ano de 2017. Os preços subiram muito e o espaço que tínhamos para o Motor Home, diminuiu muito e ficou muito apertado. Eles ampliaram as construções e tinha muita gente hospedada. Em função dos preços e dos riscos, resolvemos seguir até ao Posto Pemex e fui conversar com o gerente que nos autorizou estacionar e também forneceu água. Comprei gasolina para o gerador para ligar o ar condicionado.

De manhã, completei novamente o tanque com água para a casa e comprei mais gasolina para o gerador e fui reabastecer de diesel. Como tinha muitos caminhões na minha frente, fui conversar com o pessoal e me informaram que ia demorar muito, pois são vários tanques. Assim, agradeci e resolvemos pegar estrada novamente pela mesma Mex.180 até a cidade de El Cedro e dali entrei na Mex.180 D cota, desviando da cidade de Poza Rica. Por um erro meu em um trevo que marcava livramento, voltamos para Mex.180 livre e seguimos passando pelas cidades de Alamos, Cerro Azul, Naranjo e Villa Cuauhtémoc. Logo a frente, atravessamos uma linda ponte e entramos no Estado de Tamaulipas. A primeira cidade é a de Tampico e a outra muito próxima, Ciudad de Madero. Praticamente são cidade juntas, e se não fosse as placas nem perceberíamos as mudanças.











As cidades são modernas, tem uma grande refinaria de petróleo da Pemex, construção naval de plataformas, vários shoppings e boa estrutura de comércio e serviços. Ficamos por 18 dias e aproveitamos para conhecer os pontos turísticos, Lago Carpinteiro, Píer, praias, parques, etc. Fizemos muitos amigos e foram dias maravilhosos. Amanhã vamos pegar estrada, mas isso conto no nosso próximo post. Grande abraço e continuem com a gente!!!

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