domingo, 18 de abril de 2021

Expedição Brasil Até ao Alaska/Ushuaia - 2020/2021 - Diário dos dias 20/01 a 18/02/2021

 57 – Diário dos dias 20/01 a 18/02/2021

Passamos a noite num posto Pemex muito bem estruturado próximo a Punta Colonet e para nossa agradável surpresa choveu bastante. Fazia uns 3 meses que não tínhamos pego chuva. A sensação é muito boa, pois estávamos enfrentando a Umidade Relativa do Ar em 25%, e o normal é na faixa de 60%. A gente sente muito tanto pela pele, como também pela respiração. A desidratação é muito forte e temos que estar nos monitorando e tomando bastante liquido.


Continuamos pela mesma Mex.1 até a cidade de Rodolfo Sánchez Taboada, e entramos a esquerda para a famosa praia Bufadora. Como houve essa chuva, os estacionamentos estavam todos com muita lama e não conseguimos parar em baixo na praia. Voltamos até ao alto e numa área de terra grande, estacionamos para fazer o nosso almoço. O local tinha uma bela vista para o porto e praias. Lá pelas tantas, depois do nosso almoço, para uma viatura da polícia municipal com dois ocupantes, sendo uma policial e um policial. Ela tinha derramado o café no assento e parou para limpar o carro. Como é um local de parada, muitos param, tomam cerveja e deixam o lixo espalhado. Como eu comentei o local era enorme e não tinha nada delimitando a forma de estacionar ou placa e só tinha uma família estacionada mais adiante. O guarda veio até a mim no carro, e pediu os documentos, e passei somente o papel de imigração que dá o tempo de permanência no país. Pediu a minha licença para conduzir e passei a PDI (Permissão Internacional para Dirigir), mais conhecida como Carteira Internacional. Ele não conhecia este tipo de documento. Mostrei os detalhes, me devolveu a carteira e ficou falando que tinha estacionado errado. Disse que não, que estava certo e que não tinha nenhum tipo de aviso no local como deveria ser o estacionamento. E nem poderia ter, pois o local tem muito espaço. Senti que queria propina. Pois nunca uma polícia municipal pediu documento. Como já estou me comunicando muito bem em espanhol, e percebi que ficou segurando a permissão da imigração por um tempo. Aí resolvi pressionar: perguntei o nome dele. Ele queria saber porque eu queria saber o nome. Disse como ele já sabia o meu, tenho o direito de saber o dele. Ficou sem ação...aí indaguei novamente se tinha algum problema com meus documentos. Ele disse que não. Aí disse: então me devolva por favor. Como ele não esperava a minha ação, e queria falar que a multa era alta, blábláblá...aquelas coisas que já conhecemos... eu disse que não teria multa, pois não estava infringindo nenhuma norma de trânsito. A policial chegou, ele saiu resmungando e eu também (Claro que com muita educação e num tom calmo). Eu nunca tinha feito nada disso em toda a minha vida. Discutir com policial, ainda mais no México! Mas eu tinha razão, ele tentou a propina e como muitos americanos que vem para cá não entende o espanhol, pensou que ia me levar na conversa. Foi o primeiro caso em todo esse tempo no México. Mas isso não tira o brilho do México e nem arranha a imagem que tenho. Resolvemos seguir até a cidade de Ensenada e dormimos no Walmart.










Logo após o café da manhã, tocamos pela mesma rodovia até a cidade fronteiriça de Tecate, a que tem o mesmo nome de uma marca de cerveja mexicana. Fui até a imigração para tentar resolver aqui a renovação do nosso Visto no México, que faltava alguns dias pra vencer. O funcionário que estava dentro me atendeu com muita má vontade e disse que não tinha como fazer e que eu tinha que entrar de carro na imigração americana. Disse que não poderia ser assim, pois eles não estão permitindo entrar e também não tenho interesse neste momento. Mas ele disse que não é nada aqui e sim com os americanos. Sai dali meio chateado pela má vontade do atendente e na frente conversei com o policial que me atendeu super bem. Deu algumas dicas, e se eu quisesse entrar nos EUA, depois, eu teria que ficar em quarentena em algum camping ou hotel. Mas infelizmente a fronteira já estava fechada, e que abriria no dia seguinte as 05:00 horas da manhã, e fecharia as 13:00 horas. Agradeci e fomos passar a noite no Walmart e fazer algumas compras.


Depois de uma noite de descanso, tomamos o nosso café da manhã, e resolvemos seguir adiante e pegar a rodovia Mex.2 livre em direção a Mexicali. A viagem é maravilhosa, pois tem uma serra famosa e perigosa pelas curvas, mas hoje toda duplicada, mais segura e nesta parte se paga pedágio. A rodovia da Serra da Rumorosa, possui muitos mirantes que dá pra ver um belo espetáculo da natureza e o contorno da estrada. Fizemos o nosso almoço em um mirante e seguimos para a Imigração em Mexicali. Chegando na cidade pesquisei os dados no Google Map do celular e marquei o itinerário e o seguimos. Quando demos conta, entramos na fila que dá acesso aos EUA, e não tem como fazer a volta. A nossa sorte que tinha uma camioneta da Aduana Mexicana e parei ao lado e expus a nossa situação e a nossa história. O funcionário que tinha a função de Fiscal de Tributos, foi atenciosíssimo e disse que ia nos ajudar. Passou um rádio para a Aduana do México e informou para eu dar uma ré com cuidado que ele iria entrar numa pista lateral e para eu o seguir. Foi tranquilo, chegamos na aduana e já veio um funcionário nos atender no carro, pediu os documentos meu e o da Valquiria. Depois de um breve papo disse para o acompanhar. A Valquiria nem precisou ir. Conversamos muito e paguei os valores correspondentes ao Visto e sai muito feliz. Fomos para o centro e dormimos no Walmart e comemoramos por ter ganho mais um período de 6 meses. Essa é a terceira renovação sem precisar sair do país. Foram muito atenciosos.

Duas curiosidades: o nome MEXICALI – é a mistura dos nomes México e Califórnia. A cidade do outro lado da fronteira EUA, chama-se CALÉXICO – é a mistura das palavras Califórnia e México.

De manhã, fomos as compras no Walmart, depois reabastecemos o “Bison” de combustível, água para casa e água mineral. Tudo pronto, seguimos pela Mex.2 com destino a San Luis Rio Colorado, margeando com o famoso e enorme muro da divisa México/EUA. Assim, nos despedimos da Baja Califórnia e entramos no estado de Sonora. Continuamos pela mesma rodovia até a cidade fronteiriça de Sonoyta, dormimos no estacionamento do Posto Pemex em um lugar muito tranquilo, e com fornecimento de água muito boa. Aproveitamos para lavar roupa.

















De manhã, seguimos até o entroncamento com a Mex.8 e fomos em direção a cidade de Puerto Peñasco. Foram dias maravilhosos, inclusive passei o meu aniversário aqui. A nossa rotina era de manhã ir para o Malecón, onde tem os restaurantes e local muito bacana para caminhar e a noite voltamos para dormir no Sams Club do grupo Walmart. Dia de semana estava praticamente vazia, mas no final de semana vem os mexicanos e americanos do Arizona passar o final de semana, pois a fronteira é pouco mais de 100 km e é a praia mais perto deles. A rodovia é muito movimentada. Tem muitas placas na rodovia dizendo que é um Corredor Seguro.

Depois de uns dias de descanso, seguimos novamente para a cidade de Sonoyta, e paramos no mesmo posto Pemex, e aproveitamos para lavar roupa novamente e deixar tudo pronto para seguir viagem. Reabastecemos de combustível, gasolina para o gerador e água para a casa e seguimos depois do almoço pela Mex.2 até a cidade de Caborca. Depois continuamos por mais 108 km e chegamos à cidade de Santa Ana, onde tem o entroncamento com a Mex.15 Cota, pista dupla, que vem de Nogales.  Nela seguimos por mais 21 km e dormimos no estacionamento do posto Pemex na Vila de Estación Llano.














De manhã, reabastecemos o “Bison” de diesel e completamos o tanque de água da casa e continuamos pela mesma Mex.15. Por volta de meio dia paramos numa Área de Descanso, e fizemos o nosso almoço. Depois aproveitamos para ligar o gerador e a máquina de lavar louça.  Voltamos para a estrada e próximo a cidade de Hermosillo, capital do Estado de Sonora tem um pedágio que não estavam cobrando norte/sul, o que o bolso agradece. Logo, entramos a direita no Livramento (Desvio da cidade). Cruzamos por toda parte nova da cidade e entramos na rodovia Son.100 com destino a Bahia Kino. São 108 km de estrada pavimentada, boa e quase uma reta só. Chegamos em Kino Viejo, circulamos pela cidade e depois seguimos para Kino Nuevo e estacionamos na praça do museu e passamos a nossa primeira noite. De manhã após o nosso café, seguíamos para as praias e voltávamos a noite para dormir. Assim foi a nossa rotina por vários dias. O local é muito tranquilo e só no final de semana tem um pouco mais de movimento. Hoje dia 08/02, seguimos para Hermosillo para fazer compras, reabastecer de combustível e água e dormimos no Walmart, junto ao Sams Club.




















No dia seguinte pegamos a Mex.15 livre em direção a Guaymas e pouco antes entramos para a cidade litorânea de San Carlos. O local está cheio de americanos que vivem por aqui. Recebem em dólares nos EUA e vivem no México por ser mais econômico. Fazem render mais a sua aposentadoria. E também não é muito distante dos EUA e as rodovias são muito boas. As praias são tranquilas, principalmente as Playa Algodones e a do centro de San Carlos. Ainda tem o belo visual das falésias e de pequenas ilhas próximas a costa. Rodamos por todas as praias e escolhemos uma pequena praia do centro, chamada de Playa Choyudito, para passar uns dias. Só que em vez de areia, tem muitas pedras. Mas com o visual muito bacana do nascer e do pôr do sol.

Foram dias maravilhosos, tranquilos e aproveitamos muito para caminhar e descansar. Amanhã, dia 19/02/2020, seguiremos para Guaymas. Mas isso, conto no nosso próximo post. Continue com a gente!!!

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